Antes mesmo de fundar a LinkAPI, plataforma de integração oferecida no modelo de serviço e pensar em Exit, Thiago Lima já empreendia há muito tempo. Ele compartilhou toda sua trajetória no Episódio#11 do Exit in Action!, programa comandado por Geraldo Santos, CEO do Startupi e João Kepler, CEO da Bossanova Invesitmentos, e que teve a participação especial de Tiago Fabris, Investor Relations da Bossanova Investimentos.
Quando mais novo, Lima via seus colegas de sala ganhando novos brinquedos e aparelhos eletrônicos e sentia a necessidade de fazer algo para também ter esse poder aquisitivo. Começou ajudando na montagem de computadores, mas depois migrou para um curso de hardware. “Você nasceu para ser programador, pensa muito rápido e é novo, vai ter bastante futuro nessa área”, afirmou o instrutor, que passava trabalhos freelancer para ele. Aos 14 anos, estava entrando no mercado de trabalho, em uma pequena consultoria em São Paulo.
Por volta dos 17 anos, Thiago se emancipou e abriu sua primeira empresa chamada MDTech. Ele fez alguns produtos conectados ao RP e fez muito sucesso entre as empresas chinesas que vinham para o Brasil. Mas, como toda ótima carreira precisa dos altos e baixos, o jovem empreendedor sentia que não pertencia mais aos escritórios, vendeu sua empresa e virou atleta de MMA. Após quatro vitórias, quebrou a perna em dois pedaços com um chute no oponente. “Obviamente veio um filme na minha cabeça do porquê eu tinha mudado de profissão. As coisas estavam indo bem, mas eu fui impulsivo e quis seguir um sonho de criança. Naquele momento eu pensei qual seria o próximo passo”, explicou.
Voltou ao mercado de trabalho e entrou como colaborador na empresa FCamara. Um ano e oito meses depois, não deixou seu espírito empreendedor de lado e já estava como CTO (Chief Technology Officer) da companhia. Então, em 2017, criou um projeto chamado LinkAPI, que passou a operar de forma independente no ano seguinte.
“Em seis meses a gente atingiu cinco países, cresceu muito rápido. Eu olhei para aquilo e falei que era o projeto da minha vida, não queria compartilhar com várias startups, porque era distração. Então entrei em uma negociação longa com a FCamara, comprei a participação deles e segui carreira solo”, contou Lima.
O Exit in Action!
Em dois anos, a empresa já tinha atingido a liderança na América Latina, com 15 países e mais de duzentos clientes, como Samsung e iFood. O empreendedor explicou que naquele momento havia duas possibilidades: fazer uma nova captação ou fechar uma parceria estratégica. A startup entendeu que a primeira opção não fazia muito sentido, uma vez que era uma empresa que não queimava caixa, já que tinha levantado o dinheiro no passado (aproximadamente R$ 6 milhões). Optando pela segunda ideia, abriram processo no mercado e receberam doze propostas.
“Encontramos uma empresa chamada Semantix, era brasileira e global. Eles trabalhavam com inteligência artificial e a gente tinha um produto de integração. Juntando as duas soluções tínhamos uma solução completa de dados. A gente olhou para essa fusão/aquisição, fazia bastante sentido e fortalecia os nossos planos”, analisou o CEO.
Porém, Thiago Lima compartilhou durante a entrevista que o acordo só aconteceu por consequências do destino. A Semantix havia pedido uma cláusula específica no contrato que eles não concordaram e como a empresa não estava à venda, não aceitaram o acordo. No dia seguinte, ele estava comprando uma casa em Alphaville e encontrou o CEO da empresa, Leandro Santos, ele seria seu vizinho. “Ele falou que isso só poderia ser um sinal para eles fecharem o acordo. Marcamos um almoço na segunda-feira, acertamos as cláusulas e fechamos”. Hoje, Lima é acionista da Semantix e tem o papel de entender oportunidades e profissionalizar toda a área de tecnologia para produtizar e escalar soluções de forma global. Além de trazer uma liderança orientada para novas aquisições para fortalecer outras funcionalidades da plataforma.
Dica para os empreendedores
Ao final do papo, o CEO sugere que os empreendedores escolham as melhores pessoas para estarem ao seu lado, seja investidor, sócio ou funcionário, que possam ajudar e tenham interesse em construir algo em conjunto. “Busque novas pessoas proativamente. Crie rotinas para buscá-las, não espere que elas vão até você. As relações boas são algo estratégico quando se é empreendedor”, citou.
Ele também citou que é fundamental o empreendedor entender muito bem o seu business antes de fazer uma captação para planejá-la. “Não seja superficial no seu business, é coisa séria, é ciência. Não ache que é algo somente intuitivo. Precisa estudar, olhar um cargo de concorrente, analisar a métrica de uma empresa listada na bolsa e então estará pronto para lidar com fundos”. Lima finalizou dizendo para fazerem escolhas conscientes e não entrarem no negócio pela diversão, uma vez que vão se frustrar com a área.
Confira abaixo o Episódio#11 na íntegra:
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