Nascido e criado no Rio de Janeiro, Vinicius – conhecido no Brasil todo como Vinny Machado -, começou sua trajetória no ecossistema de inovação bem cedo, quando o termo “startup” ainda não era tão conhecido no Brasil. “Falávamos, na época, sobre ‘negócios digitais’”, comenta.
Vinny ingressou na faculdade aos 16 anos, mas desistiu do curso de jornalismo perto do fim da conclusão, porque percebeu que seu caminho era, na verdade, o do empreendedorismo. “Eu sempre tive essa mentalidade de que qualquer pessoa pode inovar, e isso eu aprendi desde sempre com a minha mãe, que ‘hackeou’ a vida para que eu pudesse ter todas as oportunidades possíveis”.
O carioca estudou em escolas públicas durante sua formação e, graças à criatividade e à rede de relacionamentos de Valéria Machado, sua mãe, Vinny pode explorar uma diversidade de caminhos e potencialidades, mostrando que ele, de fato, poderia ser o que quisesse. “Nós não éramos uma família com muito dinheiro, mas minha mãe encontrava formas de garantir que eu pudesse estudar de tudo, conhecer de tudo, me deu um poder de experimentação muito grande. Graças a ela, uma pessoa altamente inovadora, entendi que inovar não tem a ver, necessariamente, com tecnologia.”
E foi justamente por meio de um amigo da mãe que Vinny Machado descobriu sua vocação para o design. “Comecei a me interessar por essa área e fazer freelancer. Quando a primeira pessoa me pediu para emitir uma nota fiscal, eu percebi que precisava abrir um CNPJ. Então minha primeira empresa não foi aberta de forma organizada, foi meio ‘no susto’”, conta. Nascia seu primeiro negócio: uma espécie de coletivo de jovens que prestavam uma série de serviços de comunicação e tecnologia.
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“Eu não venho de uma família de empreendedores, então não tinha uma referência em casa para me ensinar esse caminho”. Ele se define como um empreendedor de “primeira e única viagem”, já que nunca foi funcionário de nenhuma empresa, sempre empreendeu e intraempreendeu em inúmeros negócios e projetos com o objetivo de fomentar o ecossistema de startups e inovação no país.
A presença de Vinny Machado no ecossistema de startups
Depois da primeira experiência, Vinny aprendeu a diferença entre ‘empreender’ e ‘abrir um negócio’. “Eu abri uma empresa porque eu fui ‘forçado’. Eu não tinha uma estratégia, não sabia vender, não sabia fazer contrato. Eu fui aprender todas essas coisas errando”, relembra. Impulsionado pelos seus colegas do coletivo, Vinny começou a se envolver mais ativamente com as comunidades de programadores do Rio de Janeiro. Ao ver como era forte a cultura de giveback e aprendizado entre os programadores, começou a desenvolver iniciativas para conectar todos os tipos de profissionais da web da região.
Dessas iniciativas, Vinny se conectou com a Abstartups, instituição ainda incipiente. Já em 2013, ele se tornou Community Manager da Associação, e depois Gestor de Projetos. Em 2014, começou a se envolver com a Campus Party. Até hoje, o carioca é curador da área Startups & Makers do maior festival de tecnologia, empreendedorismo, ciência e disruptividade do mundo. Em 2014, foi mentor do primeiro de dezenas de Startup Weekends que viriam em sua carreira. Foi também mentor da Startup Farm, uma das primeiras aceleradoras de startups do país, fundada em 2011.
Como mentor, jurado ou facilitador, Vinny já conheceu quase todos os estados do Brasil (só faltam Roraima e Paraíba), mentorando mais de 1.000 startups pelo Brasil em, pelo menos, 150 eventos.
Entre diversas iniciativas, negócios e projetos, Vinny Machado é cofundador da Futurize – empresa de inovação corporativa que cria soluções personalizadas em treinamentos corporativos, programas de inovação e aceleração de startups – e da Dilimatch – startup que ajuda a realizar o match entre empreendedores e investidores -. Atualmente também é Chief Culture e Community Officer da Vortex Ventures, ecossistema de inovação.
Criatividade e potência
“Eu sou um construtor de inovação em tudo que eu faço: negócios, processos, projetos. Eu entendi que a minha mensagem principal pro mundo é que todo mundo pode inovar, seja você um inovador social, um empreendedor, um intraempreendedor ou alguém que faz gambiarras. Tudo o que eu faço, todo o meu trabalho, é pra mostrar para as pessoas que todo mundo pode inovar, de um jeito ou de outro”, explica.
Presença marcante em eventos do ecossistema de startups de todo o Brasil, há alguns anos outra marca pessoal se destacou por onde ele vá: suas longas – e sempre presentes – saias. “Eu sou uma pessoa interessada na criatividade humana. Seja na música, arte, moda, tecnologia, empreendedorismo, fotografia, arquitetura… Quando eu entendi que eu passei dos 30 e tinha minha grana, decidi que eu também iria me vestir como eu queria. Para mim, é só um jeito de ser livre, criativo, experimentador e um pouco fashionista.”
Para o futuro, Vinny Machado pretende deixar um legado de criatividade, inovação e empreendedorismo para que outros jovens tenham as mesmas oportunidades que ele teve. “Quando eu estiver mais velho, quero abrir uma instituição que forme jovens, para trabalhar multipotencialidades e empreendedorismo em crianças e adolescentes”, completa.
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