Descendente de japoneses, Angélica NKyn cresceu em meio a atitudes empreendedoras. Seus avós vieram para o Brasil com objetivo de salvar sua mãe, que quando pequena tinha problemas de saúde por conta do frio no Japão. Trabalharam por alguns anos na feira, depois abriram uma mercearia e futuramente os pais de Angélica cuidariam de uma floricultura.
Com 3 anos, a pequena já mostrava seus dotes com a matemática. Ajudando na feira, sabia diferenciar a quantidade de produtos e conseguia pesar os alimentos sem muita dificuldade. Alguns anos depois, perguntava à professora da escola com o que poderia trabalhar, uma vez que adorava números, e a resposta foi “informática”.
Angélica NKyn não tirou isso da cabeça, pelo contrário, tornou aquilo um sonho e correu atrás. Para fazer o ensino médio, prestou o curso de processamento de dados no Colégio Técnico de Campinas – da UNICAMP – e passou, mesmo escutando que seria impossível, por vir de colégio público. Depois, em São Paulo, fez faculdade de tecnologia – e futuramente fez MBA – e antes de se formar já tinha destaque no mercado com a sua própria empresa.
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Empreendidas ao longo do caminho
Passou mais de 15 anos na Accenture – empresa de soluções estratégicas para negócio, consultoria, digital, tecnologia e operações – como gerente sênior de projetos e especialista em indústria, varejo e tecnologia. Ao mesmo tempo, começou a empreender. Teve um spa, uma franquia de alimentos e três lojas Domino’s – em 6 meses a primeira loja ficou em segundo lugar em vendas no estado de São Paulo.
“Foi uma marca muito importante para mim como empreendedora, porque não era o fato de vender e sim de aprender a ver meu cliente e trazer qualidade para o negócio com base no desejo dele. A motivação não era ganhar dinheiro, era sustentar meus colaboradores e suas famílias. Foi uma experiência muito grande”, compartilha.
Depois de vender suas empresas, Angélica NKyn estava com planos para se mudar para os Estados Unidos, mas a pandemia impediu a concretização das metas. Nesse período, foi convidada para participar do programa Cresça com o Google, onde deu mais de 250 mentorias individuais sobre inovação e modelo de negócio para empreendedores.
“Eu já dava mentorias pelo Seabra e para a Rede Mulher Empreendedora, tanto para negócios tradicionais, quanto para startups. Acho que os convites para mentorar vêm do mix de ter conhecimento na área de tecnologia, ter tido alguns negócios e de ter sido sênior manager da Accenture. Trabalhei com muitos projetos de diferentes áreas e minha expertise é fazer análises, tanto de planejamento financeiro, estratégico, de crescimento e implementação de ERPs”, afirma.
Angélica NKyn: Investidora-anjo de sucesso
A primeira startup que Angélica NKyn investiu foi a Speedbird Aero, startup que usa drones para logística e está entre as #TOP10 Startups de Mobilidade no ranking da 100 Open Startups e já está na Serie A. Muitos podem dizer que é sorte de principiante, mas o portfólio da investidora-anjo mostra o contrário.
Ele é composto pela SleepUp, primeira healthtech de terapia digital para insônia a receber a aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que já expandiu para o mercado internacional e usa terapias comportamentais e cognitivas baseadas em psicologia e medicina do sono; pela Quiron Agrodigital, startup que detecta ataques de pragas, doenças e incêndios em florestas para evitar prejuízos na agricultura, veio de Santa Catarina e já expandiu para Estados Unidos e Europa.
A Mimo Live Sales, plataforma de SAAS de Live Commerce que traz a união do livestream com o e-commerce para os sites e aplicativos das marcas e já está com clientes de grandes nomes; entre outras startups, que somando, são mais de 15 investidas, sendo seis delas lideradas por mulheres, e todas estão alinhadas com os valores da investidora-anjo.
“Analisar a startup é analisar o sonho daquele empreendedor, qual é o objetivo dele e onde quer chegar. Vou para além da análise de dados, planejamento financeiro e equipe, vejo qual é o propósito dela e se conectar com os meus valores, faço o investimento”, explica suas atitudes durante um pitch.
Muito mais que money, há smart envolvido
Depois de investir nas startups, Angélica NKyn participa ativamente de seus processos através da mentoria – o famoso smart money – e por conta da sua pós graduação em psicologia positiva, que lhe deu conhecimento em análise comportamental, ela considera as quatro necessidades básicas do ser humano para aconselhar. O primeiro é ser ouvido na essência, o que significa escutar o que o empreendedor tem para falar, para assim entender sua dor e avaliar o que pode ser evoluído.
O segundo ponto é que todo ser humano quer ser notado. É importante que haja reconhecimento dos esforços do empreendedor e tudo que ele atingiu até o momento. “Na mentoria vejo o histórico dele, o que ele fez e porque ele está ali hoje. Nesse momento também aproveito para entender o que ele está precisando.”
O outro é o lugar de pertencimento, é importante estar full time na startup e caso ele diga que ainda não é possível, como reajustar isso? O último, e o mais importante, é que todos têm direito de errar, mas é preciso errar e corrigir rápido, fazer testes e provas de conceito (POC), além da documentação desses resultados para modificar o que for necessário para fomentar.
“Antes de vir com a solução, preciso entender quais são as dificuldades do empreendedor, porque às vezes para mim é algo visível, mas para ele não. Se eu der a solução antes do empreendedor raciociná-la, ele não vai saber executar, então cocriar a solução com ele é muito importante”, comenta Angélica sobre como driblar as dificuldades de uma mentoria, além de valorizar a abertura de conexões para gerar networking e possíveis parcerias entre startups, grandes empresas e novos investidores.
Por fim, Angélica NKyn faz um questionamento: “o que o seu negócio pode fazer para atrair a atenção das pessoas?”. E quando fala de atrair atenção não está focando apenas no faturamento, mas sim em um propósito. “Se for só faturamento, as pessoas esquecem de você, mas quando você tem um propósito elas se conectam e o que você está fazendo para estar conectada de forma efetiva? É algo que também é a minha missão, não é só investir, não é só mentorar, mas também de alguma forma criar um legado e como ele pode apoiar as startups.”
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