Calma! Eu não acho que os vegetarianos são vegetais, e nunca disseram que eu tenho cara da “test food” que eu gosto de prototipar! O velho ditado quer dizer que comer faz parte da nossa saúde, do nosso estilo de vida, da nossa rotina. E chegou o final de semana, hora de comer com gosto, sem pressa. De sair em turma, conhecer novos lugares!
Mas comer bem não é tão fácil como parece, há vários fatores e critérios. Nada é melhor do que descobrir um restaurante maravilhoso, mas receber uma bela dica de um amigo e recomendar os lugares que a gente gosta… também é bastante saboroso! Além de nos fazer poupar tempo e dinheiro, acertando nas escolhas. You are what you share, diz a web 2.0. Fato é que agora existe uma rede social para compartilhamento de avaliações e recomendações de lugares “bons de mesa”: conheça ComiAli, a “comunidade do boca a boca”!
A ideia – No início de 2008, Paulo Klien Vega e seus amigos perceberam que sempre almoçavam nos mesmos lugares, no centro carioca. Foi isso que ele contou por Skype nesta tarde chuvosa. “Trabalhávamos ali perto e queríamos descobrir bons lugares novos”, conta. Foi aí que Paulo, profissional de Internet, teve um estalo de empreendedor junto com dois amigos engenheiros: montar um guia de restaurantes, indicados não por quem entende de comida ou de escrever, mas sim por quem entende de comer! “Vimos que não valeria a pena fazer uma versão impressa só da região, nem daria para imprimir uma versão mais ampla”, reconheceram.
Aí, veio a grande ideia: fazer um site nacional que misture os guias gastronômicos tradicionais com o tipo de participação que existe nas comunidades do Orkut. “Da big idea até o lançamento, em 12 de fevereiro de 2009, foram cinco meses de muito trabalho. Eu trabalhava com Internet, tinha contatos, contratamos alguns profissionais atuantes“, conta Paulo, criador também do site Resultados Mega Sena.
O site – No ComiAli, qualquer pessoa física pode criar um perfil com suas preferências e hábitos gastronômicos, seguir outros usuários, ser seguido, entrar em comunidades (que são os restaurantes), criar outras comunidades de restaurantes, avaliar o preço, a qualidade, o atendimento, deixar comentários, votar em comentários, recomendar lugares, entre outras ações.
Hoje, há dois mil usuários de diversos estados brasileiros, comentando e indicando desde restaurantes sofisticados, passando pelos populares, até suas barraquinhas de praia favoritas. A Rodelícia é uma funcionalidade lúdica e útil que o ComiAli disponibiliza. Em Londres, o TrustedPlaces é uma rede social que funciona de forma parecida.
O modelo de trabalho – “Eu e meus sócios ainda trabalhamos em período integral, e dedicamos o resto do nosso tempo ao ComiAli. Contratamos designers free lancers quando é necessário fazer ou alterar layout, uma amiga minha em Londres é quem faz a arquitetura de informação e o design de interação, os desenvolvedores são colaboradores. Não temos experiência no ramo de alimentação, somos apenas apaixonados por comida. Compramos um sonho, mas com os pés no chão”.
O modelo de negócio – “Não temos escritório próprio e o retorno que tivemos ainda não chega perto do que investimos do próprio bolso. É claro que dinheiro é um acelerador no processo do empreendedor. A gente poderia se dedicar só ao projeto e contratar mais gente. Estamos em estágio inicial mas temos tudo planejado. Estamos vendo a comunidade crescer e implantando novos modelos de negócio, estamos em busca de parcerias”.
A oportunidade – Paulo percebe que os restaurantes passaram a prestar atenção no que o cliente diz dentro do ComiAli. “O Outback, por exemplo, está fazendo uma promoção: os comentários mais votados na comunidade recebem brindes de vale-refeição. Eles não querem interferir, mas sim estimular a participação. São os próprios usuários que definem qual comentário é bom ou não”, explica Paulo.
O futuro – “Estamos bolando um perfil premium para resturantes, onde poderão colocar melhor seus cardápios, potencializar sua comunidade, abrir um diálogo mesmo. Temos planos de fazer uma versão 3.0 e expandir o negócio em outros mercados, talvez verticalizar. A ideia é investirmos tudo de volta no site, imaginamos retorno só mais na frente”.