Nesta quinta-feira (23), acontece o primeiro dia de Bossa Summit, um dos maiores eventos de investimento em startups do Brasil, realizado pela Bossanova Investimentos, venture capital mais ativa da América Latina.
Repleta de conteúdos divididos em palcos, como Arena VC e Arena Corp, a programação é voltada para assuntos do ecossistema de inovação, como a palestra “Mercado de M&A para 2023”, que contou com a presença de Karolyna Schenk, diretora executiva de M&A da TOTVS e Danilo Herculano, head de relação com investidores, M&A e novos negócios do banco BMG.
A TOTVS é uma empresa que valoriza o movimento de fusão e aquisição, afirma Karolyna no início da palestra. Em seu portfólio já foram mais de 50 transações com o objetivo de adquirir todos os benefícios que outros negócios podem trazer para a companhia de tecnologia. “Temos uma área super estruturada para cuidar de M&A, estamos sempre buscando aprender com nossos processos e aprimorá-los. Temos muita experiência nessa área e pretendemos fomentar cada vez mais.”
Karol ainda cita os quatro pilares usados pela TOTVS para gerar M&As. O primeiro pilar é o de aprofundamento da gestão da empresa; o segundo pilar é o aprofundamento das verticais que a empresa atua, como economia, agronegócio, educação e varejo, com o objetivo de crescer e melhorar as ofertas para seus clientes; o terceiro pilar é a de solução no cross sell, soluções que a empresa consiga oferecer para toda sua base de clientes. O quarto pilar está inserido nos novos mercados da empresa, como marketing, comercial, tecnologia e financeiro.
Assim como a TOTVS, o banco BMG também tem anos de experiência no segmento de M&A. O objetivo do banco é encontrar empresas e startups que tenham conexão com a instituição financeira, queiram fazer parcerias e desenvolver novos negócios. “Assinar um contrato de M&A é como um casamento e colocar uma aliança de compromisso no dedo, é pensar em conjunto e encontrar soluções para ganhar dinheiro junto, mas ambas as partes precisam estar em sintonia.”
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Mercado de M&A em 2023
“Otimista” é a palavra que Karol usa para expressar sua visão sobre o mercado de M&A no Brasil e exterior em 2023. Assim como 2022, a tendência é que esse ano não tenham tantas fusões e aquisições como em 2021, mas as pequenas e médias empresas farão mais transações, afirma a diretora executiva.
“Não vejo grandes deals acontecendo por agora, isso acontece pela pressão grande no valor das compras. O ponto do custo de capital que está afetando as empresas, principalmente aquelas de tecnologia. Vejo também empresas e corporações reavaliando seus portfólios para comprar empresas que estejam alinhadas com as suas estratégias e objetivos.”
Por fim, Karol explica que embora o cenário possa parecer incerto, com um custo reduzido para fazer M&As as empresas analisam com mais profundidade seus métodos de aquisição e com isso, a tendência é que as compras sejam bem sucedidas e tenham uma sinergia ainda maior.
Para Danilo, com o índice reduzido de M&As, esse é o momento das empresas terem um olhar mais aprofundado em suas pesquisas de mercado, amadurecerem suas estratégias de aquisição e criarem linhas de alinhamento e incentivo para dar tiros mais certeiros.
O que esperam das startups para fazer M&A
Karol explica que além do dinheiro, ela espera que as startups busquem o que elas precisam para contribuir nas suas dores. “Ah, eu quero melhorar minha governança – então você deve buscar um parceiro que já tenha sua governança consolidada. É a questão do casamento que o Danilo cita, é preciso ter sinergia. O que encaixa no seu negócio em todas as perspectivas e não só no financeiro.”
A executiva explica que a TOTVS também analisa o perfil dos parceiros em momento de crise, se eles têm histórico de empresas que apoiam ou se eles dão as costas na primeira dificuldade pelo caminho.
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