Por muito tempo, professores multiplataforma eram aqueles que colocavam o conteúdo da aula na lousa, complementavam com uma apostila na Xerox e ainda passavam um livro para se aprofundar no assunto. Com os meios digitais, as possibilidades se expandiram e professores continuaram a utilizar diversas plataformas para passar seus conteúdos: emails, grupos no Facebook, redes sociais específicas, links com vídeos no YouTube, etc.
No entanto, com tantas opções, muitas vezes o conteúdo fica disperso. Por isso, Rafael Oli e Thiago Capelo decidiram criar uma plataforma de educação online única para as pessoas poderem compilar conteúdos de diferentes mídias e organizá-los em um único local, na Cacho.la.
“Hoje se você procura sobre determinado tema, você joga ele no Google, vai até a terceira página, abre diversas abas, e se perde no meio de todo aquele conteúdo. Não há uma curadoria com tudo aquilo organizado e apresentado de forma pragmática. E é isso o que queremos proporcionar com a ”, diz Oli, co-founder da startup.
Todo o conteúdo poderá ser organizado em formas de aulas por qualquer um. Cada usuário da rede que desejar, poderá montar seu próprio curso e disponibilizá-lo gratuitamente ou não na rede. Caso o usuário decida cobrar pelo conteúdo, parte do lucro fica com a plataforma (a porcentagem ainda não foi definida).
A plataforma deverá ser lançada só na metade do ano, por isso ainda não pudemos conhecer seus detalhes, mas Oli nos garante que o foco é deixar a UX o mais user-friendly possível.
Trajetória
Atualmente, a equipe da Cacho.la é composta por quatro sócios — Rafael Oli, Raphael Cruzeiro, Luiz Fontes e Thiago Capelo. Todos já haviam trabalhado no mercado digital e tem habilidades complementares.
No Brasil, eles tiveram dificuldade em conseguir convencer investidores. “Aqui nosso ecossistema ainda não está muito maduro. Os investidores preferem apostar em algo que já tem um benchmark e eles sabem que funciona, do que pegar algo realmente novo, sem um player para comparar”, diz Oli.
Foi nessa situação que eles encontraram em Portugal a oportunidade que procuravam. Lá eles participaram do programa Lisbon Challenge e conseguiram aceleração da Beta-i. “Essa oportunidade foi muito boa para nós. Chegamos com um produto muito incipiente e tivemos a oportunidade de conviver e aprender com startups que já tinham investimentos de até 700 mil euros por trás. E todos foram muito solicitos conosco”, conta Oli.
Mesmo assim, ele não descarta as possibilidade existentes no Brasil. “Nós continuamos dispostos a conversar com investidores daqui, sempre de portas abertas”, explica.
Quando ainda perguntamos a Oli quais foram as maiores lições aprendidas até aqui, ele resume tudo em coragem. “É muito turbulento você sair de algo instável para ir atrás do que você quer construir. É preciso um nível de amadurecimento para aguentar o tranco”, conclui.