A Braskem, empresa líder na produção de resinas termoplásticas nas Américas, está intensificando suas iniciativas de inovação aberta para enfrentar desafios cruciais como a mudança climática e a redução de resíduos. Em entrevista ao Startupi, Adilson da Silva, gerente global de inovação da empresa, falou sobre o compromisso da companhia em promover soluções disruptivas para garantir um futuro mais sustentável.
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Dois pilares essenciais guiam as ações da Braskem: a descarbonização dos processos e a expansão do portfólio de produtos de origem biorenovável. A empresa estabeleceu uma meta ambiciosa: “atingir a neutralidade de carbono até 2050 e de comercializar uma tonelada de produtos verdes de origem biorenovável até 2030”, conta. A economia circular é um conceito-chave para a Braskem na busca pela redução de resíduos. “Isso envolve a exploração de tecnologias de reciclagem mecânica e química, visando fechar o ciclo de vida dos produtos.”
A inovação digital é outro pilar fundamental, com a implementação de práticas da indústria 4.0 para tornar as operações da empresa mais eficientes e sustentáveis. “A Braskem tem sido ativa em inovação aberta já há algum tempo em todos os modelos de engajamento de inovação aberta, a começar por empresas estabelecidas, com cooperação externa, desenvolvendo soluções com outras grandes empresas”, diz Adilson. A Braskem tem uma longa trajetória no desenvolvimento de joint ventures e estabelecimento de parcerias com universidades e institutos de pesquisa nos EUA e Europa. Além disso, a empresa mantém uma forte relação com hubs de inovação no Brasil e nos EUA.
O Hub da Braskem
Há alguns anos a Braskem lançou o Braskem Labs, O Braskem Labs, um programa para empreendedores para capacitar e investir em empreendedores. “De todos esses modelos de engajamento que a Braskem já tem, veio o desafio estratégico de se tornar mais efetivo dentro desse ecossistema, ter mais agilidade”, explica o executivo. E uma das iniciativas mais recentes é o lançamento do hub de startups chamado Oxygea, que reflete o compromisso da Braskem com a inovação.
Com um investimento de aproximadamente US$ 150 milhões, o Oxygea engloba as iniciativas do Labs e tem dois principais focos: o Venture Builder, para estruturar e incubar novos negócios, e o Corporate Venture Capital (CVC), para investimento em startups mais maduras. Essa iniciativa visa acelerar o desenvolvimento de soluções e produtos inovadores, alinhados à sustentabilidade e transformação digital.
“Até agora, temos quatro startups sendo incubadas e aceleradas pela Oxygea. A Braskem já vinha fazendo batches com a Braskem Labs, mas esse ano foram mais de 300 startups inscritas”, diz. Ao longo dos últimos anos, a Braskem tem reforçado seu compromisso com a inovação sustentável, investindo em tecnologias e processos mais competitivos e ecológicos. A criação do Oxygea representa um passo significativo, abrindo espaço para ideias transformadoras de dentro e fora da empresa.
“Nós olhamos os investimentos de forma global. O programa de aceleração ocorre no Brasil, mas o investimento tem caráter universal. O que a gente busca nas startups é que a gente possa escalar e trazer competência pras para elas, podendo ou não ser um novo modelo de negócio e receita para a Braskem”, explica Adilson.
No ano passado, a companhia investiu mais de R$ 500 milhões em inovação, o que presentou um aumento de 71% em relação ao ano anterior. Além dos investimentos em startups, a Braskem também foca em programas de intraempreendedorismo – cujos projetos produzidos são apresentados para a Oxygea, para uma potencial incubação – e em centros de P&D, para desenvolver tecnologias proprietárias. O último veículo de investimentos, lançado no final de 2022, está em fase de scouting de startups para investir e terá foco em aportes Seed e Series A. “Não é fácil você inovar em nenhum lugar, exige resiliência e paixão por isso. Eu vejo nos da Braskem integrantes essa cultura de querer inovar, fazer coisas diferentes e agregar valor”, finaliza.
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