O eToro é uma rede social financeira originária de Israel que começa a procurar um caminho para operar no Brasil. Com mais de três milhões de usuários espalhados pelo mundo, a empresa é referência em ambiente para se discutir negócios e investimento.
Gil Ariel, VP de novos negócios na empresa, falou com o Startupi para dizer o que é boato e o que é fato sobre a vinda ao Brasil e explicou como funciona a rede social que atrai investidores como usuários. Apesar de falar bastante, porém, o VP não revela o quanto de dinheiro é movimentado pela plataforma.
Como o eToro funciona?
Somos uma empresa global que funciona como uma rede social do mercado financeiro. Permitimos que as pessoas possam ver, como no Facebook, atualizações de investidores que podem servir como inspiração para outros investidores. Temos essa vantagem em que um usuário pode ver a movimentação do outro, que pode servir de inspiração para um interessado [um uso comum na rede é o de gurus, investidores que costumam acertar e são seguidos por outros investidores].
Quando e onde vocês começaram as operações?
A eToro foi fundada pelos irmãos Yoni Assia e Ronen Assia em 2007, mas a empresa tomou o formato atual, de plataforma social, em 2010. Foi criada em Israel, mas tem escritório em Chipre, no Reino Unido e na Austrália, onde temos uma parceria estratégica. Operamos em quase toda a Europa e nos Estados Unidos também
Existem rumores que vocês vão operar no Brasil. É verdade?
Ainda não temos presença local no Brasil, mas operamos pela internet, então temos usuários brasileiros. Mas em relação a operar no país, estamos procurando um parceiro local para nos ajudar com as operações e regras do país. Caso não aconteça de encontrarmos essa parceria, dificilmente acessaremos o Brasil como mercado, mas observamos que nos últimos meses aumentou o interesse dos brasileiros pela rede, então estamos otimistas.
Quantos usuários o eToro tem hoje?
Temos aproximadamente 3,5 milhões de usuários e estamos crescendo rápido.
Quais são os maiores concorrentes do eToro?
Existe a Tradency e a ZuluTrade, mas nenhuma delas trabalham do mesmo modo que a gente. Somos uma rede completamente gratuita. Todo mundo que entra faz parte automaticamente da comunidade global. Monetizamos a plataforma se você decide comprar ou investir numa ação, aí você se torna um cliente e paga uma pequena comissão para a plataforma.
O que diferencia vocês como startup?
Começamos com três fundadores e hoje temos mais de 250 funcionários. Não é fácil para uma startup crescer, mas como empresa, uma startup tem que fornecer a cultura de uma companhia social. Todos funcionários que entram na nossa empresa ganham créditos para investir no eToro sem pagar nada por eles, para experimentar a plataforma e dividir ideias. Todos os funcionários tem acesso ao CEO ou ao vice-presidente para dizer “olha, tive uma ideia…”. É um ambiente aberto onde todos podem dar opiniões para tentar melhorar o sistema.
Claro que existem decisões que precisam ser tomadas pelos gerentes, mas encorajamos os funcionários a agir, a ter ideias e a executá-las. Para produtos de qualidade, precisamos de pessoas de qualidade e é preciso disseminar na cultura de startups que é preciso investir nas pessoas que trabalham com você porque elas fazem o todo funcionar.
Não é sobre tecnologia, não é sobre dinheiro. É sobre pessoas.
Se você tem pessoas que gostam do que elas fazem, eles vão fazer um bom trabalho. Somos a única empresa financeira que encoraja o funcionário a apresentar uma ideia para toda a empresa para em seguida, se bem recebida, ela ser executada pela empresa.