* Pedro Clivati
A essa altura do campeonato todos que trabalham direta ou indiretamente com o ambiente online já ouviram falar do tal “marketing de conteúdo”. Porém, também sabemos que essa é uma temática relativamente nova no Brasil e que o número de empresas que já colocam a metodologia em prática, apesar de crescente, ainda é baixo. Para se ter uma comparação prática, nos EUA 93% das empresas B2B já desenvolvem conteúdo.
E para começar a coluna da Contentools no Startupi com o pé direito, vamos desmistificar alguns pontos sobre essa metodologia:
1. “Vou começar uma campanha de marketing de conteúdo”
Apesar de ser um dos conceitos mais difundidos é também um dos mais errôneos. Por quê? Porque o marketing de conteúdo está mais atrelado ao conceito de processo do que de projetos, portanto, o termo campanha (que possui um começo, meio e fim) não representa os esforços que necessariamente precisarão ser empregados a fim de atingir os objetivos da empresa.
Vamos pensar em uma campanha de adwords: você define o seu budget e palavras-chaves, define o funcionamento de como e quando serão expostos os anúncios, começa a mensurar seus resultados e ponto, fim. Ao parar de pagar, os seus anúncios irão parar de aparecer e a sua campanha acabará – você não construiu nada definitivo e seus anúncios não irão mais aparecer, ou seja, resultados pontuais e de curto prazo.
Agora vamos imaginar uma empresa que resolveu adotar o marketing de conteúdo: após definir sua estratégia e responsáveis, deu início ao processo de produção e mensuração. Os resultados provavelmente não serão alcançados imediatamente (afinal, você já se deparou com um site novinho em folha na primeira posição do google?), resultados nesse caso começam a aparecer em médio-longo-prazo. Por outro lado, você está construindo um ativo próprio, sem depender de fatores externos, com uma base sólida e uma audiência qualificada que te enxerga como autoridade no assunto, independente do seu budget, o retorno desse ativo tende a ser contínuo.
Dica extra: quer diminuir este “médio/longo-prazo”? Use adwords para alavancar o alcance dos seus conteúdos no início.
2. “Não consigo produzir conteúdo de qualidade”
Já me deparei várias vezes com CEOs e donos de negócio, que estavam dando os primeiros passos no marketing de conteúdo, porém estavam sempre insatisfeitos com os conteúdos produzidos.
Primeiro, vamos definir o que é qualidade nesse cenário: qualidade é um conteúdo técnico? Qualidade é um conteúdo de alta complexidade? Qualidade é um conteúdo longo?
Em seguida vamos encarar a realidade de que, provavelmente, ninguém sabe tão bem a respeito do seu produto como um CEO. Por esse ponto de vista, você concorda que todos os conteúdos irão parecer superficiais, e o que pode ser superficial para o maior especialista no assunto pode não o ser para o seu comprador?
Dessa forma, a definição de qualidade que melhor se adapta à este contexto é: conteúdo atende as necessidades do seu público-alvo? O conteúdo ajuda sua audiência a resolver problemas? O conteúdo atrai visitas e converte leads?
Um ponto fundamental que precisamos abordar aqui é: o conteúdo deve atender as necessidades dos diferentes níveis do funil [que são, basicamente, a jornada de compra que o seu potencial consumidor percorre antes de finalizar a compra].
Um lead de topo de funil (ToFu) ainda está na fase de descoberta, um lead de meio de funil (MoFu) já está na fase de interesse e consideração e um lead de fundo de funil (BoFu) está na fase de decisão, mas esse assunto merece um post inteiro por si só.
3. Marketing de conteúdo serve para todos!
“Já que todos estão fazendo, vamos fazer também”, tal ponto não é motivo suficiente para você iniciar uma estratégia de marketing de conteúdo. Aqui na Contentools por exemplo, já tivemos que recusar atendimento a clientes que ainda não estavam preparados para desenvolver marketing de conteúdo, nós os orientamos sobre o necessário e indicamos para parceiros, mas não os atendemos.
Alguns exemplos que ilustram bem este tipo de caso são: empresas ou pessoas buscando gerar buzz e criar atenção para um produto (como um livro) que será lançado na semana que vem – neste caso, marketing de conteúdo não faz sentido e a opção de PPC, Adnetworking ou mesmo um RP podem gerar mais resultados.
Por outro lado, empresas que estão buscando se posicionar como líderes em seus segmentos, que desejem se tornar autoridade no assunto e estão pensando em estratégias autossustentáveis, pela sobrevivência do seu negócio no médio-longo-prazo, devem sim começar a investir energia em marketing de conteúdo.
Você conhece algum outro mito ou mentira a respeito desta metodologia? Adicione nos comentários e vamos conversar! 😉
Pedro Clivati é cofundador e responsável pela expansão global da Contentools. Como evangelista de Marketing de Conteúdo, Pedro participou de conferências em toda America Latina, prestando consultoria a medias e grandes empresas sobre Marketing de Conteúdo, Inside Sales e Inbound Marketing.