Está com medo de abrir sua empresa, sua campanha, seu trabalho para o público fora da empresa? Não quer perder o controle?
Mas, que controle? E que fora da empresa? Em tempos de inovação aberta, sabe-se que o público pode fazer parte desde as etapas estratégicas e de produção – não apenas como consumidor final. Estamos em época de construir pontes, não paredes.
Mas, trata-se de confiar em todo mundo e qualquer um? Ou ainda vale confiar cegamente em poucos pontos focais escolhidos a dedo? Como contrabalancear?
O risco está ligado ao medo que sentimos pelo desconhecido. Interligados, desconhecidos, riscos e medos são exorcizados por familiares, “patrões” e governantes. Basta ver como favelas, por exemplo, costumam ser mais seguras para seus habitantes do que zonas de luxo: todo mundo se enxerga, sabe o que o outro faz, consegue intervir cedo quando alguém “inventa”algo estranho.
Por analogia, a transparência e o “em público” servem como uma certa proteção. E é aí que entram o crowdsourcing, a co-criação, as comunidades, a produção social – tema trazido ao Brasil por inúmeros especialistas estrangeiros semana que vem.
Por que importa falar sobre crowdsourcing, co-criação e comunidades? Afinal, já se sabe que a humanidade, a civilização, a democracia, a cidade, a revolução industrial, o trânsito, a Internet e tantas outras coisas surgiram e evoluíram com origem na multidão. A própria realidade cotidiana é um consenso de multidões!
Mais diretamente, indo ao encontro do assunto do Startupi, podemos mencionar todos tipos de software (e hardware) aberto, livre, todas plataformas de redes sociais, plataformas de desafios coletivos, plataformas de crowdfunding e diversas outras formas de inovação aberta.
O assunto não é novo mesmo! As próprias mídias sociais evoluem da conversação para a colaboração e a co-criação, mas nem sempre as abordagens ao assunto passam do superficial. Nem sei se estou passando do superficial aqui, mas certamente dando novas perspectivas.
Aliás, quem vai mesmo botar novas perspectivas em pauta é a I Conferência Internacional Crowdsourcing, Co-criação e Comunidades, ocasião em que os estrangeiros Bastian Unterberg (Jovoto), Carl Esposti (Massolution), Irving Fain (Crowdtwist), Lukas Biewald (Crowdflower) e Shaun Abrahamson (Mutopo), que vão somar reforços com os brasileiros Deiego Reeberg (Catarse), Rafael Zatti (Ideias), Romeo Busarello (Tecnisa), Reinaldo Panponet (Itsnoon), Mario Teza (Campus Party), Marina Miranda (Mutotpo), Luis Fernando Guggenberger (Fundação Telefonica), Guga Ketzer (Loducca), Fernando Cosenza (Boa Vista), Fabio Seixas (Camiseteria) e Abel Reis (AgênciaClick Isobar) para elevar a discusssão (e a prática).
Vai rolar aqui em São Paulo segunda e terça-feira. Acho que vou lá ajudar a crowdear. Vem junto?