Por Bruna Galati
Desde novo Adalberto Haja mostra ter espírito empreendedor. Cresceu em uma família humilde e foi criado para trabalhar a vida inteira em uma mesma empresa até chegar na aposentadoria, mas ele acreditava que existiam outros caminhos.
Com 14 anos arranjou o primeiro emprego – em uma fábrica de arma de chumbinho – quando voltava da escola. De início, o dono do local não queria contratar o garoto e a desculpa que encontrou para dizer não foi que “precisava de um funcionário para trabalhar em tempo integral e como ele estudava de manhã, não seria possível”. Adalberto Haja não viu problema nisso, chamou seu amigo que estudava a tarde para trabalhar nos horários que ele estava na escola, porque assim cada um ficaria em um horário e o dono teria o que desejava: “um” funcionário que trabalhasse de manhã e de tarde. Desconcertado pela iniciativa do jovem, o senhor os contratou.
Primeira empresa aos 17 anos
“Na época, o foco era na escola, então trabalhei apenas cinco meses por lá, mas ali entendi que resolver a dor das pessoas gerava valor. Então, comecei a me preocupar em criar soluções para resolver o problema dos outros”, compartilha Adalberto Haja, que no período entrou em um curso de informática e com 17 anos começou a trabalhar como autônomo em manutenção de computadores.
Depois de um tempo, conseguiu um grande cliente, uma empresa de consultoria de telefonia – isso aconteceu porque percebeu que com o crescimento da consultoria, os gestores não teriam tempo de comprar novos computadores e os materiais para compor o time. Se mostrou presente e falou que poderia cuidar dessa função, uma vez que já fazia bicos concertando equipamentos antigos de lá. Em três anos, registrou sua empresa, vendeu mais de mil computadores para a consultoria e deu conta de outras tarefas da informática. Com o rápido crescimento, a telefônica precisava de uma companhia com mais estrutura e Adalberto Haja perdeu o cliente.
“Brinco que com 17 anos eu era praticamente um desempregado, com 20 anos eu ganhava três vezes mais que meu pai e com 23 quebrei a empresa e voltei a ficar desempregado. Eu tinha começado a faculdade de engenharia, não tinha nenhuma noção de gestão de uma empresa, então comecei a analisar onde eu tinha errado para poder evoluir na próxima tentativa.”
Adalberto Haja não culpou ninguém por sua empresa falir, ele avaliou sua trajetória, seus erros e chegou em três principais motivos para o ocorrido: não saber fazer gestão de dinheiro, não saber fazer gestão de pessoas e não ter gestão de processos. Resolveu então estudar e amadurecer esses três tópicos. “Voltei para o mercado e a primeira empresa que trabalhei era de segurança eletrônica, foi paixão à primeira vista pela área e nunca mais sai”, explica. Em 2008, o empreendedor fundou, junto com seu sócio, a BHC Sistemas de Segurança Eletrônica.
Início das mentorias e investimentos de Adalberto Haja
Adalberto Haja já publicava conteúdos sobre negócios, liderança e empreendedorismo nas redes sociais, quando em 2017 recebeu uma mensagem para bater um papo com três estudantes de engenharia anatômica que estavam começando um negócio. “Eu tinha muita vergonha de falar que quebrei um negócio, então falava da BHC para a frente, mas esses jovens mostraram interesse nos meus aprendizados após falir a primeira empresa. Foi aí que vi que essa história tinha valor para quem estava começando e entendi que isso se tratava de mentorias.”
No ano seguinte, o engenheiro foi para Portugal em um evento de startups, para entender mais sobre o ecossistema e saiu de lá determinado a ser investidor. Hoje, Adalberto Haja já investiu em mais de 70 startups, sendo 11 delas na pessoa física. Mas a sua escolha principal para investir são os comitês da Bossanova Investimentos.
“Um comitê de investimentos é fundamental por três motivos: diversidade de conhecimentos e experiências o que contribui na hora das mentorias, além da divisão do valor do cheque para diversas startups; contato com investidores diversos, o que gera uma troca bacana de conhecimento; quando não sabemos sobre o assunto, a melhor forma de aprender é colando em quem sabe”, afirma Adalberto Haja sobre a importância de comitês de investimento.
Comitê de investimento em segurança
Em 2020, durante a pandemia, Adalberto Haja criou com colegas da área o canal CT Segurança – hoje chamado de CT Hub – no Youtube. Foi uma revolução no mercado de segurança tecnológica, porque trouxe assuntos complexos com leveza e humor, falados por especialistas. Para o empreendedor, essa iniciativa contribuiu para a união do segmento em um momento difícil e incerto.
Também deu visibilidade para o setor, o que resultou na criação do comitê CT Hub, um fundo de investimentos desenvolvido em parceria com a Bossanova Investimentos para investir e incentivar startups do mercado de segurança a evoluírem e conquistarem novos patamares e oportunidades de negócios.
Com a iniciativa, o CEO da BHC Sistemas de Segurança foi indicado para a categoria “Fabricantes e Integradores” na premiação internacional IFSEC Global Influencers in Security e ficou entre os 10 vencedores – entre os 300 nomeados de 2022 – e ficou em 1º Lugar no TOP influencer Global na categoria Integrador. “Essa é a primeira vez em 8 anos que um brasileiro conquista o topo da lista. Segundo os próprios jurados, essa foi a primeira vez que eles viram uma iniciativa como essa no nosso setor”, afirma.
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