A ABSeed, casa de investimentos especializada em startups SaaS B2B em estágio inicial, acaba de anunciar seu terceiro fundo, o Seed 3, no valor total de R$ 150 milhões. Com o novo veículo, sustentado principalmente por family offices, o VC vai continuar a investir em early-stag no Brasil e na América Latina.
Geraldo Melzer, cofundador da ABSeed, afirma que o processo de captação atual é reflexo da relação que tem nutrido com investidores e empreendedores ao longo dos anos. “A história que temos construído tem trazido resultados efetivos, o que naturalmente se reverte em maior confiança por parte dos investidores”, conta.
O novo veículo nasce com capital majoritariamente comprometido por parte dos cotistas dos veículos anteriores. “A consistência dos resultados derivada da seriedade do trabalho do time da ABSeed vem ampliando nossa confiança, assim como nosso apetite de participar desse espaço. Nossa entrada na sociedade acaba por definir a casa como nossa principal plataforma para acessar a nascente de investimentos em tecnologia na região”, pontua Paulo Mattos, investidor da ABSeed.
Foco da ABSeed em investir em early-stage
A ABSeed foi fundada em 2019 por Melzer, Marcelo Hoffmann, Felipe Coelho e Franco Zanette. Com parte de seus executivos vindos da RD Station, um dos cases mais bem-sucedidos de SaaS B2B no país, seus executivos são especializados na estratégia de go-to-market e operação de negócios cloud based. No início de 2023, Cristiano Franco, sócio com perfil empreendedor e especialista em inteligência artificial, se juntou ao time.
Ao longo de sua trajetória, a ABSeed já investiu em 20 startups. Entre elas, Conta Simples, Swap, a martech Uncover, Gedanken, software para supply chain, e SafeSpace, plataforma de compliance para denúncias de assédio e discriminações dentro de empresas.
Com 11 investidas, o primeiro fundo, no valor de R$ 40 milhões, acumula três saídas, que já garantiram um retorno (distributions to paid-in-capital) de 150% aos investidores. São elas Movidesk, Meetime e Conta Simples.
Com o novo veículo, existe uma expectativa de alcançar de quatro vezes do capital investido (MOIC) e uma taxa de retorno interno (TIR) acima de 40%. O fundo 2, de R$ 100 milhões, conta hoje com nove investidas e possui reserva para os últimos investimentos, além de recursos para follow-on.
A tese do fundo 3 segue consistente às anteriores: a ABSeed busca startups investir em early-stage de Software as a ServiceS B2B. “Devemos apostar mais na combinação do modelo de negócio SaaS atrelado a camadas de monetização complementares, a exemplo de fintechs e marketplaces”, diz Melzer.
Empresas que fazem uso de inteligência artificial, potencializando seus produtos, seja pelo processamento ou pela qualificação de dados proprietários, também entrarão no radar dos investidores. Os cheques devem variar de R$ 5 milhões a R$ 10 milhões.
No final de 2023, a ABSeed fez o seu primeiro investimento em uma startup que não é brasileira. Ao lado do VC global Zacua Ventures, da Fifth Wall, maior investidora em construtechs do mundo, e da Terracotta Ventures, a gestora investiu na Construex, um marketplace combinado a SaaS equatoriano focado na construção civil. Embora o foco da casa continue sendo o Brasil, os gestores estão abertos a mais oportunidades na América Latina.
Melzer acredita que o país vive um ótimo momento no que diz respeito à inovação. “As turbulências vivenciadas pelo mercado de tecnologia nos últimos anos trouxeram maturidade para o ecossistema. A cautela dos investidores acabou subindo a régua na avaliação de negócios emergentes e trazendo valuations e rodadas mais saudáveis. Temos um deal flow proprietário no qual avaliamos entre 8 e 10 startups semanalmente e a qualidade dos fundadores tem nos surpreendido positivamente”, completa. O fundo 3 já está pronto para realizar seus primeiros investimentos.
Aproveite e junte-se ao nosso canal no WhatsApp para receber conteúdos exclusivos em primeira mão. Clique aqui para participar. Startupi | Jornalismo para quem lidera inovação!