* Por Débora Pedroni
“Boa tarde. Vi que você se candidatou a uma vaga em nossa empresa. Precisamos saber se você domina o inglês”. Quem nunca se deparou com essa pergunta pelo menos uma vez na vida e parou pra pensar antes de responder?
Eu cresci sabendo da importância que se tem ao aprender uma língua estrangeira. Talvez pelo fato de eu ter sido sempre uma amante fervorosa da língua, entendi desde pequena que seria um ponto-chave pra qualquer carreira que sonhasse em ter.
Antes de me tornar professora, meu maior sonho era passar na faculdade de Direito e fazer concurso pública na área trabalhista e, possivelmente, viajar o mundo e trabalhar fora do país. Hoje, 20 anos depois, nem uma coisa nem outra se tornou realidade, mas o “aprender inglês” de anos atrás se tornou essencial pra que eu pudesse chegar onde cheguei e empreender aqui na Croácia.
E como o inglês me ajudou aqui na Croácia, um país cuja língua oficial é o croata? Bem, se não fosse o inglês, diversas portas permaneceriam fechadas até hoje. Através dele, viajei o mundo e conheci pessoas de diversas nacionalidades, pisei em 45 países e visitei lugares que nunca imaginava, nem nos meus sonhos mais distantes.
Através dele, comecei a trabalhar em casa dando aulas de reforço escolar e traduzindo textos sobre diversos assuntos. Com o inglês, pude me comunicar a distância e trabalhar home office dando aulas online pra estudantes de diversas nacionalidades.
Depois que me tornei mãe, precisei me reinventar na profissão, e daí surgiu a necessidade de empreender. Tendo um filho sob minha responsabilidade 24 horas por dia fez com que eu me empanhasse ainda mais em buscar aperfeiçoamento profissional e novas oportunidades consequentemente foram surgindo. Não fosse o conhecimento de uma língua estrangeira, eu precisaria dizer “não” a muitas delas. E, por sorte, isso não aconteceu.
Quando se aprende uma língua estrangeira, tudo se torna mais fácil pra se aprender uma outra, e assim por diante. Sempre digo que quem fala português é capaz de falar e aprender qualquer outra língua, principalmente inglês, que tem alguns tempos verbais e regras mínimas. Então, não se intimide pelo fato de, num primeiro momento, parecer complicado ouvir ou escrever numa língua estrangeira, já que tudo é questão de treinamento e dedicação.
Com a língua croata, por exemplo, a minha experiência foi um pouco distinta, já que nunca tive vontade ou curiosidade (ou a necessidade, melhor dizendo) de falar uma língua eslava. E, depois de vir morar aqui, precisei “sobreviver” e me virar no idioma oficial do país, mesmo muitos falando e entendendo inglês. Hoje em dia, digamos que eu esteja num nível intermediário de comunicação, o que pra mim é uma grande feito, pois estudei apenas dois semestres num curso para estrangeiros, e pude entender o básico para sair por aí falando.
Uma outra questão que ajuda bastante é estar inserido diretamente no contexto linguístico. É lógico que facilitou e muito o fato de eu morar aqui, mas com o inglês, por exemplo, só fui perceber que era fluente e pude melhorar o que havia aprendido quando trabalhei a bordo de navios de cruzeiro e a língua usada mais comumente era o inglês. Dessa forma, consegui exercer minha função e ganhar dinheiro, coisa que não seria possível caso eu não falasse.
Enfim, a minha dica é: invista em conhecimento, principalmente de uma língua estrangeira. Hoje em dia, tantos recursos e possibilidades estão disponíveis, basta apenas você escolher qual se encaixa melhor com suas necessidades e perfil, e seguir em frente. Boa sorte!
* Débora Pedroni é embaixadora regional da RME na Croácia e criadora de conteúdo.