O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pede para que seus seguidores desinstalem o WhatsApp de seus celulares. O líder político afirmou que o aplicativo de mensagens da Meta está sendo utilizado por “fascistas” para incitar a violência.
Em um discurso durante a Marcha da Juventude e dos Estudantes pela Defesa da Paz, Maduro defendeu uma “retirada voluntária, progressiva e radical” do aplicativo de mensagem e Instagram, e que migrassem para redes alternativas.
“Eu vou romper relações com o WhatsApp, porque está sendo utilizado para ameaçar a Venezuela. Então, eu vou eliminar o WhatsApp do meu telefone para sempre. Pouco a pouco, vou passando meus contatos para o Telegram e o WeChat”, afirmou Maduro.
O presidente venezuelano afirmou que é necessário que o país elimine este aplicativo, após acusá-lo de ser por “criminosos que ameaçam a juventude e líderes populares”. Segundo o líder, tais ameaças viriam de telefones baseados em países como Colômbia, EUA, Peru e Chile, locais em que ele afirma terem “covardes” que se escondem “por trás do anonimato”.
Maduro publicou os vídeos de seu discurso e provas de que apagou o WhatsApp de seu telefone, em seu X (ex-Twitter), afirmando estar livre do “imperialismo tecnológico que ataca a Venezuela”.
Maduro protestou contra outras redes sociais
No final de agosto, Nicolás Maduro já havia trocado farpas com Elon Musk, o bilionário proprietário da rede social X, ao acusar Musk de tentar desestabilizar a Venezuela após a reeleição do presidente venezuelano ser contestada internacionalmente.
As acusações de Maduro contra Musk incitaram que o bilionário estaria por trás de um suposto ataque hacker que atrasou a divulgação dos resultados das eleições, e que ele estava apoiando tentativas de desestabilizar o país.
Crise política na Venezuela
Nicolás Maduro foi declarado vencedor das eleições de 28 de julho pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) na segunda-feira (29). O CNE, órgão responsável pelas eleições no país presidido por um aliado do presidente, declarou a reeleição de Maduro com 51,95% dos votos, contra 43,18% de seu opositor, Edmundo González, com 96,87% das urnas apuradas.
No entanto, a oposição e a comunidade internacional contestam o resultado divulgado pelo órgão eleitoral e pedem a divulgação das atas eleitorais. Segundo contagem paralela da oposição, González venceu Maduro com 67% dos votos.
Com base nessas contagens, Estados Unidos, Panamá, Costa Rica, Peru, Argentina e Uruguai declararam vitória ao candidato da oposição. A Organização dos Estados Americanos (OEA) também não reconheceu o resultado das eleições presidenciais. Em um relatório feito por observadores que acompanharam o pleito, a OEA aponta indícios de que o governo Maduro distorceu o resultado.
O relatório da OEA também afirmou que o regime venezuelano aplicou “seu esquema repressivo” para “distorcer completamente o resultado eleitoral”. Em resposta a essas alegações, Brasil, Colômbia e México divulgaram uma nota conjunta na quinta-feira (1º), pedindo a divulgação das atas eleitorais na Venezuela.
A nota enfatiza a necessidade de resolver o impasse eleitoral no país pelas “vias institucionais” e que a soberania popular seja respeitada com uma “apuração imparcial”. O Brasil já vinha pressionando o CNE a apresentar as atas eleitorais, que funcionam como uma espécie de boletim das urnas.
CNE entrega atas eleitorais à Justiça
O Conselho Nacional Eleitoral entregou as atas eleitorais para o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela nesta segunda-feira, 5, uma semana depois das eleições e do anúncio do novo mandato de Maduro.
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