Por Bruna Galati
A Meta Ventures nasceu do propósito da Meta, empresa de tecnologia e inovação com foco em transformação digital, de promover crescimento humano com tecnologia e fomentar o ecossistema de startups no Brasil através do investimento e inovação aberta. Durante uma palestra no Gramado Summit, Marcio Flores, diretor de CVC e open innovation da Meta Ventures, compartilhou insights sobre a jornada da empresa e suas abordagens únicas.
Um aspecto fundamental abordado por Flores foi a diferenciação entre Venture Capital (VC) e Corporate Venture Capital (CVC). Enquanto o VC tradicional está principalmente interessado no retorno financeiro do investimento, o CVC, como a Meta Ventures, tem uma abordagem mais estratégica, buscando não apenas retornos financeiros, mas também soluções que possam agregar valor ao negócio corporativo.
A tese de investimento da Meta Ventures é startups SaaS, especialmente aquelas voltadas para o mercado B2B e com foco preferencial em empresas B2B Enterprise. Ele destacou a importância de alinhar as startups investidas com a missão da Meta Ventures, visando potencializar o crescimento desses negócios. Os investimentos variam entre R$ 500 mil a R$ 1,5 milhão, ou seja, pré-seed, e que estejam na fase final da validação do produto.
A Meta Ventures também tem a estratégia da inovação aberta, que permite resolver problemas internos e criar soluções de negócios em conjunto. “Depois de conhecer tantas startups, entendemos que havia um papel para além do investimento, como podíamos gerar conexão com essas grandes startups? Foi aí que pensamos na inovação aberta”, explicou Marcio.
Meta Ventures ingressando no mercado
Considerando que o mercado não conhecia a Meta Ventures quando ela foi fundada em 2020, os fundadores pensaram em uma estratégia para conquistar a atenção das startups. “Quando começamos durante a pandemia, o acesso ao mercado era limitado. Recorremos a métodos criativos, como desafios nacionais de startups, para estabelecer nossa presença”, revelou Marcio. O Bring your SaaS, um desses desafios, proporcionou não apenas visibilidade à Meta Ventures, mas também os conectou a um vasto leque de empreendedores. “Esses desafios não são apenas eventos isolados. Eles representam uma parte essencial de nossa estratégia de captação e engajamento com startups”, enfatizou Marcio, compartilhando também sobre o The Next Gen, feito para fundadoras mulheres.
O executivo explicou que para uma empresa começar a investir, ela precisa fazer torneios de investimento, trazer as startups para dentro de casa e mostrar para elas a tese de investimento. Assim como a inovação aberta, é preciso fazer uma avaliação por completo para entender se vai ter um resultado positivo entre empresas. “Nós realmente nos envolvemos com as startups participantes. Cada ano, selecionamos três para um programa de mentoria intensiva, e muitas delas se tornaram não apenas parceiras, mas também alvos de investimento”, disse Marcio.
Marcio compartilhou que muitas empresas questionam por onde começar, se primeiro devem investir e depois apostar em inovação aberta ou ao contrário. Ele mostrou que a Meta Ventures optou por analisar o cenário e primeiro investir em startups. “No primeiro ano e meio de operação, a Meta Ventures concentrou seus esforços na identificação e investimento em startups promissoras, buscando as que já tivessem um produto consolidado e estivessem em fase de expansão. Depois partimos para a inovação aberta.”
Segundo ele, a inovação aberta representa um acréscimo valioso ao investimento em startups, pois não se limita estritamente à tese de investimento da empresa, mas sim enfoca as necessidades que podem ser endereçadas por meio de parcerias estratégicas. “No mercado, existem muitas soluções excelentes que atendem às demandas dos nossos clientes, mas às vezes não podemos investir nelas devido à falta de alinhamento com nossa tese de investimento. É nesse momento que a inovação aberta se torna crucial. Ela também traz um diferencial para as startups, dando acesso ao mercado, suporte comercial e tecnológico que muitas vezes ultrapassa as capacidades de um investidor”, destaca Marcio.
Ao discutir a dinâmica da competição na colaboração entre empresas e startups, Marcio ressaltou que é crucial enxergar essa relação como uma oportunidade de fortalecimento mútuo dos negócios. Ele argumentou que as empresas não podem encarar as startups como concorrentes diretos, mas sim como parceiras estratégicas que oferecem soluções para problemas específicos dos clientes, ou podem desenvolver em parceria. Com a crescente demanda por inovação e a complexidade das necessidades do mercado, é impraticável para as organizações desenvolverem internamente todas as soluções necessárias, por isso a inovação aberta é uma ótima estratégia.
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