Por Bruna Galati
O South Summit Brazil, renomado evento de empreendedorismo e inovação do Brasil, iniciou sua terceira edição na quarta-feira (20) em Porto Alegre. Contudo, o clima surpreendeu os presentes com temperaturas atingindo 34,2ºC, resultando em incidentes de desmaios devido ao intenso calor na capital gaúcha.
Por volta das 18h, ao término do primeiro dia do evento, o céu se cobriu de nuvens densas, seguido pelo alerta da Defesa Civil sobre uma possível tempestade, levando à recomendação de afastamento. Às 4h da manhã, uma violenta tempestade eclodiu – foi o que pensei ao ser acordada na madrugada pelas pancadas de chuva acompanhadas de ventos fortes.
No segundo dia do evento, os participantes notaram uma mudança significativa nas condições climáticas, com temperaturas mais amenas e chuvas leves. Entretanto, você pode estar se perguntando por que estou destacando esses eventos climáticos em uma cobertura voltada para tecnologia, inovação e startups. A resposta reside nas palavras de Denise Hills, representante do comitê do Pacto Global da ONU no Brasil, que afirmou: “O clima tem tudo a ver com tecnologia, e precisamos de soluções inovadoras para enfrentar os desafios das mudanças climáticas.” Foi com essas aspas que ela abriu a palestra “Proteção e Restauração: Combate às Mudanças Climáticas”.
A especialista afirmou que é preciso esquecer sobre o combate às mudanças climáticas, porque seus impactos já são evidentes e indiscutíveis. O foco agora deve estar na busca por soluções que possam mitigar esses efeitos, transformando os padrões de produção e consumo. É essencial garantir que as atividades humanas não causem danos ambientais irreparáveis, evitando consequências catastróficas para o planeta.
“De onde vem o ar que vocês respiram?”, questionou Denise à plateia. Em meio a um congresso dedicado à tecnologia e inovação, ela provocou: “Quais são as duas tecnologias mais importantes para garantir a qualidade do nosso ar e sustentar toda a vida no planeta?”. Denise enfatizou que, muitas vezes, o ser humano não reconhece os sistemas naturais – como florestas e oceanos, responsáveis por fornecer o nosso ar – como formas de tecnologia, muito menos como fontes de inspiração para soluções. No entanto, refletir sobre isso é crucial, pois toda atividade humana, incluindo as atividades comerciais, tem um impacto direto sobre o meio ambiente.
Gestão das emissões de impacto ambiental
Durante sua participação, Gabriel Santamaria, head de sustentabilidade do Banco do Brasil, destacou a crescente importância da gestão das emissões de impacto ambiental como uma estratégia de redução de riscos financeiros. “O mercado está cada vez mais atento à gestão das emissões, pois isso não apenas reduz os riscos, mas também melhora a avaliação de crédito das empresas”, explicou.
Ele enfatizou que essa abordagem reflete uma mudança geracional iminente, com grandes implicações para o setor financeiro. “Estamos testemunhando uma mudança de paradigma, com US$ 3 trilhões mudando de mãos de gestão de perigos dos milênios, o setor financeiro dá tempo para essas mudanças, mas os investimentos só vão acontecer em produtos que olhem para questões ambientais, o que exerce uma pressão significativa sobre as empresas para adotarem práticas mais sustentáveis”, afirmou.
Além disso, Gabriel compartilhou iniciativas específicas adotadas pelo Banco do Brasil para promover a sustentabilidade, como a oferta de taxas de juros mais baixas para financiamento de veículos híbridos ou elétricos, e descontos para empresas que investem em energia renovável e eficiência energética. Ele destacou a importância de parcerias com startups, governos e organizações da sociedade civil para impulsionar a transição para uma economia mais verde e de baixo carbono. Essas parcerias são cruciais para enfrentar os desafios futuros e impulsionar a descarbonização da economia.
Desafios ambientais e sociais
Fernando Simões, Partner Diretor na Bemtevi Investimento Social, concluiu a palestra com reflexões profundas sobre a interconexão entre os desafios ambientais e sociais. “A gente precisa entender que esse problema ambiental é um problema acima de tudo social, e que a gente precisa tratar para que a gente possa continuar aqui”, destacou. Ele enfatizou a urgência de agir para conter o aquecimento global, ressaltando que a sobrevivência da humanidade está ligada à preservação do meio ambiente.
Simões chamou a atenção para o papel crucial das lideranças individuais na promoção da transformação necessária. Ele incentivou a adoção de uma postura proativa e engajada, instando cada indivíduo a assumir o papel de líder e ativista na defesa da sustentabilidade. “Por trás de todas as empresas têm um monte de CPF, são as lideranças que vão fazer essa transformação e a liderança é um pouquinho de cada um de nós, a gente tem que incorporar esse líder, esse ativista que está guardadinho ali dentro e comprar algumas brigas. Brigas boas, brigas que valem a pena, porque no final do dia a gente vai dizer, eu fiz a minha parte”, afirmou.
O Partner complementou e disse que a mudança cultural e empresarial é possível quando cada indivíduo assume sua responsabilidade. “Se cada um fizer a sua parte, a gente consegue transformar toda uma cultura empresarial e mudar os modelos dos negócios para modelos mais sustentáveis, tanto socialmente, ambientalmente, como economicamente.” Ele reiterou a importância de incorporar a sustentabilidade como parte fundamental do DNA das empresas, destacando que isso não apenas fortalece os negócios, atrai investimentos e uma nova cartela de clientes, mas também contribui para o bem-estar coletivo e a preservação do meio ambiente.
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