Por Bruna Galati
O Brasil continua a se destacar como um líder inovador na América Latina, especialmente no setor de tecnologia educacional, impulsionado pela Inteligência Artificial. Um dado que corrobora essa afirmação é o Índice Global de Inovação (IGI), que colocou o Brasil entre os 50 países mais inovadores do mundo no ano passado.
Além disso, o país se posicionou como o líder incontestável em inovação na América Latina e no Caribe. Essa conquista é impulsionada por um mercado vibrante e diversificado, com mais de 13 mil startups ativas, representando 62,9% do total na região, de acordo com o Relatório Panorama Tech na América Latina 2023, da Distrito.
A barreira idiomática e os hábitos únicos dos brasileiros proporcionam uma vantagem competitiva significativa, permitindo a expansão das empresas nacionais para além das fronteiras. Foi o caso da Transfer English – plataforma de aprendizado em inglês –, que em 2022 entrou no México através da internacionalização da empresa. O CEO, Bruno Simantob, percebeu que o mercado hispânico tem o dobro do tamanho do brasileiro. “Inglês é uma dor que todo mundo tem. Tivemos um crescimento muito rápido aqui no Brasil, e a intenção é expandir cada vez mais para fora”, acrescenta o empresário.
História da Transfer English
Fundada em 2021, a Transfer English nasceu da percepção: apesar do Brasil ser o lar de uma grande quantidade de escolas de idiomas, apenas 1% da população se considera fluente em inglês. Isso levantou a questão: há uma forma melhor de ensinar?
“Como nossa proposta sempre foi muito inovadora, sofremos alguns ataques de escolas tradicionais que perpetuam o mesmo modelo há décadas, mas nada que nos tenha abalado”, comenta Bruno sobre as dificuldades iniciais enfrentadas pela startup.
A proposta da Transfer English é baseada na identificação das semelhanças entre o português e o inglês, explorando a raiz comum das línguas ocidentais: o proto-indo-europeu. A partir dessa análise, a startup desenvolveu um método que acelera o aprendizado do idioma, destacando as similaridades vocabulares e estruturais entre as duas línguas.
“Partimos do aprendizado dessas semelhanças para acelerar o aprendizado, afinal, quando o aluno domina parte do vocabulário, pois ele foi praticamente transferido de outra língua que ele conhece, ele já sai na frente de todo mundo e ganha confiança pra evoluir cada vez mais”, explica o fundador.
Um exemplo disso é que das 500 palavras mais comuns em inglês, 124 são quase idênticas ao português, facilitando o processo de aprendizagem. O modelo de negócio da Transfer English é baseado em assinatura anual, oferecendo aos alunos acesso à plataforma completa de cursos e exercícios.
IA na educação
A Transfer English já utiliza as IAs de reconhecimento de voz para a correção dos exercícios de speaking. “Acreditamos que inteligência artificial pode desempenhar um papel fundamental na educação. O papel do professor continua primordial em nossos cursos, mas acreditamos que podemos fazer uso das IAs como facilitadoras em algumas atividades e exercícios”, conta Simantob.
Da mesma forma que a internet e os computadores mudaram as empresas no início dos anos 2000, as IAs generativas, como o ChatGPT, estão seguindo o mesmo caminho. Elas estão redefinindo as práticas de ensino, oferecendo uma alternativa poderosa para a prática de conversação em inglês, por exemplo. Antes, era necessário um professor ou um nativo para ensinar um grupo limitado de alunos simultaneamente. Hoje, uma IA pode fornecer suporte quase ilimitado para alunos praticarem o idioma com eficiência.
“Com essas ferramentas é possível entregar uma rota de ensino mais personalizada e adaptada para o contexto do aluno, permitindo assim que ele tenha uma jornada de aprendizado e prática muito mais eficiente, acelerada e profunda”, comenta Max Peters, sócio de Bruno na Transfer, sobre o papel das IAs na educação. “A integração dessas tecnologias permite que os alunos tenham acesso a um ‘professor virtual’ 24 horas por dia, proporcionando uma experiência de aprendizado mais dinâmica e interativa”.
IA x startups
Em uma recente matéria publicada no New York Times, o novo papel mais importante no segmento corporativo dos Estados Unidos e de outros locais é o executivo sênior responsável pela IA. O boom da tecnologia está impulsionado profissões, e quem não tiver se adaptado, pode perder a vez em um mercado de trabalho futuro.
Segundo a plataforma de dados Sling Hub for Startups, das 16.193 startups em atividade no Brasil, 19% usam ou vendem inteligência artificial. Além disso, um estudo apresentado no Web Summit Lisboa para consultoria Distrito afirma que o Brasil abriga 73% do total de startups de IA na América Latina.
“Aqui nas nossas empresas já usamos IA em praticamente todos os processos. E não só para automatizar tarefas, mas para nos auxiliar em decisões e treinar funcionários. Agora está mais concreto para todo mundo que o avanço é rápido e que a inteligência artificial não vai desacelerar”, afirma Max.
Com avanços contínuos em algoritmos de aprendizado de máquina e automação, as startups estão aproveitando a IA para otimizar processos, personalizar experiências do cliente e impulsionar a inovação em diversos setores. Desde a análise preditiva para tomada de decisões até a automação de tarefas rotineiras, a IA está capacitando as startups a serem mais eficientes, escaláveis e competitivas no mercado global.
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