Lai Amorim é um nome que tem se destacado no cenário empreendedor brasileiro. Sua trajetória é marcada por muita determinação e paixão pelo que faz. Filha de microempreendedores, dona Zizi e seu Ceará, Lai nasceu em Pinheiro, na baixada Maranhense, e desde cedo testemunhou a persistência e a vontade de seus pais em superar desafios e reinventar negócios e a vida.
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Ainda criança, Lai foi para a capital do estado, São Luís, em busca de uma educação melhor. Essa mudança representou o início de uma jornada de independência e busca por conhecimento. Apesar das dificuldades, Lai Amorim sempre foi uma aluna dedicada e apaixonada pelo estudo de política, sociedade e comportamento, o que, mais tarde, se revelaria um alicerce estratégico para sua carreira.
“Eu fui a última filha a ir pra capital, com nove anos. Eu tenho mais tempo morando longe dos meus pais do que compartilhando casa com eles. Meu pai trabalhava muito, então eu o via pouco, e minha mãe ficava fazendo esse trajeto de mais ou menos cinco horas para conciliar o fato de empreender na minha cidade natal, ajudar o meu pai e criar os filhos à distância”, conta.
Ingressar na faculdade aos 16 anos já demonstrava o espírito destemido de Lai. Ela se tornou a única da sua geração na família a cursar uma universidade federal e quando isso aconteceu, ela e sua mãe fizeram acordos sobre estar naquele lugar novo, era uma forma da Dona Zizi cuidar à distância e que também demonstravam que Lai seria a responsável por estar em lugar que ninguém da sua família tinha acesso até então. O acordo durante a faculdade era: não beber água dos bebedouros e vestir-se de forma mais formal, que ressaltam as raízes humildes e os valores que moldaram sua personalidade. “Eu não podia ir de chinelo, tinha que ir com sandália arrumadinha, e nunca ir de shorts. Esses foram os acordos com a minha mãe”, lembra.
O encontro de Lai Amorim com o ecossistema de startups
O primeiro contato de Lai com o universo das startups aconteceu durante um evento de Startup Weekend em Fortaleza. Essa experiência foi tão impactante que a levou a organizar o primeiro SW no Maranhão, com apenas 20 anos. “O SW que participei foi super caótico, porque foi enorme, meu time tinha umas 12 pessoas. Mas mesmo assim foi uma experiência super massa. Eu encontrei no ato de empreender com startups e inovação uma possibilidade de trabalhar remotamente e pensar em como reestruturar as desigualdades, e vi também uma possibilidade de construir futuros”, diz. A partir daí, ela se tornou facilitadora desses eventos e pôde conhecer realidades diversas em várias partes do país.
Empreender não tardou a fazer parte do caminho de Lai. Ela cofundou um negócio social voltado para artesanato, para dar visibilidade a pequenos produtores e evidenciando todo o impacto positivo que é comprar de pequenos produtores. A experiência a levou a um programa de pré-aceleração, mas a sensação de solidão a impulsionou a buscar uma comunidade mais ampla. “Éramos em três sócias, e nenhuma de nós era considerada ‘padrão’. A gente sentia que as pessoas olhavam pra nós com menosprezo. Além disso, a comunidade era pequena e tinha muitos homens. Por isso, comecei a me conectar cada vez mais com comunidades do Brasil inteiro.”
Foi nesse período que a comunidade Soluíses nasceu, no intuito de ser um espaço inclusivo e transformador para os empreendedores maranhenses. Lai Amorim acredita na interseção entre inovação e arte, e vê nesse encontro uma fonte de inspiração essencial e de criar futuros mais inclusivos, diversos e autênticos. A comunidade impactou a vida de centenas de estudantes, empreendedores, instituições de ensino e de fomento e marcou um importante capítulo na trajetória de Lai e também do ecossistema maranhense. A Soluíses foi finalista como comunidade destaque em 2021 e 2022 no Startup Awards – A maior premiação do mundo das startups do Brasil. E é o berço de grandes talentos, os líderes que Lai ajudou na formação, estão em diversos países, empreendendo ou em posições estratégicas dentro do governo.
Apesar das conquistas, Lai enfrentou desafios, como machismo, racismo e xenofobia em alguns ambientes. Em 2019, um período de reflexão a levou a se tornar nômade, vivendo experiências enriquecedoras em diferentes partes do mundo, e ela foi mais uma vez, a primeira da sua família a viajar e morar fora do Brasil. Quando voltou ao Brasil, decidiu fixar-se em Belo Horizonte e com uma jornada enorme de trabalho, teve burnout com 23 anos. No ano seguinte, decidiu iniciar um sabático para conhecer suas raízes no interior do Maranhão e essa jornada a fez compreender a importância de olhar para além do trabalho e buscar equilíbrio entre impacto, autoconhecimento e lazer.
Em suas atividades como player importante do ecossistema de startups maranhense, Lai já facilitou 12 Startup Weekends em 12 estados brasileiros, impactando a realidade de pelo menos 1.200 brasileiros. Na Universidade Ceuma, Lai Amorim atuou na criação de programas de empreendedorismo como Community Manager, impactando diretamente mais de 500 estudantes por meio da inovação. Ainda no âmbito acadêmico, Lai é Adminstradora pela UFMA, Mestra em Design pela CESAR School e pesquisadora em decolonialidade na construção de novos negócios e futuros, além de mentora de Negócios pela Inovenow, uma das maiores plataformas de mentoria do Brasil.
Atualmente, Lai Amorim é Program Manager na Yunus Social Business, uma consultoria de estratégia e inovação social, Consultora em Design estratégico na CONEX e Member na ForbesBLK, além disso Lai facilita imersões e palestra em eventos. Ela continua na formação de novas lideranças na Soluíses, atualmente ela mora em São Paulo para fomentar a busca por conexões e aprendizados, mas seu coração sempre permanecerá no Maranhão, onde deseja contribuir cada vez mais para que pessoas maranhenses tenham acesso e equidade de oportunidade para mais uma vez, serem pioneiras de novos futuros mais diversos, inclusivos e autênticos.
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