Por Bruna Galati
No Brasil, são mais de 14 milhões de pessoas de 18 a 64 anos que têm algum tipo de negócio, ou seja, 9,9% da população, segundo a pesquisa Global sobre empreendedorismo da Global Entrepreneurship Monitor (GEM). A porcentagem ainda é baixa e há muito que evoluir, mas o receio e as dúvidas sobre como abrir um negócio e por onde começar podem impedir o aumento de empreendedores no país.
Pensando nisso – e em como empreender também é investir em si, por isso é importante escolher uma área de especialização para aperfeiçoar teorias, práticas e técnicas – o Startupi entrevistou Vanessa Pessoa, CEO da Inovenow, edtech especializada em educação empreendedora, para responder como é possível tirar ideias do papel.
Muitas pessoas têm vontade de empreender mas encontram inseguranças no início do caminho. Existem questões importantes para serem discutidas, como o tempo, as finanças que serão investidas e o posicionamento necessário para adentrar determinado mercado. Ao começar, os testes são essenciais e é a partir dos resultados obtidos que será possível definir outros caminhos para um bom desenvolvimento de produtos e serviços e o sucesso do seu negócio.
A ideia resolve o problema?
Tendo a ideia, é hora de tirá-la do papel e o primeiro passo é pensar no produto ou serviço que será ofertado, mesmo que de forma simplificada. A CEO indica que você questione se sua ideia resolve um determinado problema de uma quantidade significativa de pessoas ou empresas. Se a resposta for sim, você está no caminho certo.
Para responder o questionamento, Vanessa indica fazer uma simples pesquisa no Google para entender se já existem empresas ou startups que trabalham resolvendo esse determinado problema. “Depois, entender se de fato existe uma quantidade significativa de pessoas ou empresas que sofram daquele problema que será resolvido. Assim, sua solução terá uma capacidade de venda mais assertiva.”
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Como identificar o potencial cliente?
Ao identificar qual problema será resolvido e em qual segmento do mercado, o próximo passo é se questionar: meu cliente existe? Como ele está resolvendo o problema sem a minha solução? Por que ele irá contratar meu produto/serviço? Quais canais mais efetivos para apresentar a solução? Todas as análises são necessárias para começar com maior assertividade.
“Por exemplo, vou desenvolver um prontuário eletrônico para os hospitais. Quem está associado? O paciente vai pagar? O hospital vai pagar? O médico vai pagar, por estar utilizando diariamente aquela solução? É importante considerar quem usa, quem paga, quem compra e quem gerencia, empresas ou pessoas físicas, para identificar seu potencial cliente.”
Defina um modelo de negócio
É necessário definir um modelo de negócio, ou seja, como a sua organização cria, entrega e captura valor, como ela vai funcionar. Sem isso, dificilmente você conseguirá sair do lugar ou evoluir seu projeto.
“Toda vez que vendemos algo, é porque estamos gerando valor para alguém, então o modelo de negócio se baseia entre entregar valor e receber valor”, explica Vanessa, que cita o modelo do Mercado Livre – um marketplace onde os usuários compram ou vendem seus produtos e a plataforma fica com um percentual da transação realizada, por ter intermediado a troca.
Estabelecer um modelo de negócio que funcione – simples para todos os envolvidos – é fundamental. Entenda se é comissão, se é assinatura, se é um pagamento de serviço por demanda, etc. Existem muitas possibilidades para serem exploradas e pesquisadas, seja B2B ou B2C, e é um ponto chave para lançar o produto no mercado e entender como receberá por isso.
Pesquise o mercado e a concorrência
Vanessa considera de extrema importância analisar o mercado que está ingressando e a concorrência, para entender gabs e estabelecer um posicionamento que gere confiança diante dos potenciais consumidores. “Um mercado que tem muitos concorrentes pede um diferencial bem consolidado para que você possa ganhar notoriedade.”
Empresas tendem a buscar soluções de seus problemas em maneiras tradicionais, sendo que hoje há inúmeras startups com aplicativos, plataformas e sistemas inovadores. Para conquistá-los como clientes, é necessário mostrar quão efetiva é sua solução e quanto de produtividade a empresa ganhará.
“Ninguém vai contratar nada que não gere um ganho de tempo, dinheiro ou produtividade. Ao mesmo tempo, você encontrará concorrentes com produtos parecidos, mostre seu diferencial. É preciso ter um diferencial claro para que alguém deixe de usar uma outra solução e use a sua, principalmente quando os modelos de negócio são B2B, que é mais difícil de fazer esse convencimento, mas são clientes que geram um tempo maior de retorno.”
Realize testes para validar sua ideia
Após ter sua ideia amadurecida, é necessário colocá-la em prática. Conte com testes entre parceiros e veja como o mercado recebe o seu produto ou serviço, mesmo que nas primeiras versões e com menos tecnologia. O mínimo produto viável (MVP) oferece uma solução e valor para o cliente, mas ainda não é aquela versão perfeita. Depois, vem o aperfeiçoamento da tecnologia para ganhar escala.
“Esses testes iniciais são importantes para entender a melhor maneira de construir o produto, porque se investe bastante dinheiro em tecnologia quando está criando uma solução de base tecnológica e quanto mais experiência de mercado, fazendo processualmente sem escala, mais chance de ter o investimento de forma assertiva no produto, plataforma, ou solução desenvolvida.”
Falhar e pivotar faz parte do caminho do empreendedorismo. Por isso, é muito importante que essa fase seja feita o quanto antes para ter tempo suficiente de fazer ajustes necessários no seu negócio, assim terá um direcionamento no que evoluir, além de um relacionamento com o cliente.
“E não se esqueça de contar com pessoas que te ajudem a crescer, ter um sócio com habilidades diferentes e complementares é super importante nesse momento”, completa Vanessa.
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