Os termos “bikeativistas” e até o menos agradável “bikechatos” não foram criados por acaso. Eles vieram com uma tendência, a de bicicletas tomando aos poucos as ruas de metrópoles brasileiras tradicionalmente dominadas por carros. A Mobilicidade acompanhou a moda e desenvolveu aplicativos para facilitar o empréstimo das magrelas. Não se sabe se as ciclofaixas são causa ou consequência nessa conversa, mas sair de bicicleta além de ser ser uma decisão saudável, também é uma decisão inteligente se levarmos em consideração o trânsito caótico.
A Mobilicidade foi criada pela empresa Serttel em 2008. Angelo Leite, presidente e fundador da Serttel falou ao Startupi sobre Mobilicidade e, claro, bicicletas. Leite fundou a Serttel –que significa Serviços Técnicos de Telecomunicações e Eletrônica– há 25 anos, em Pernambuco.
A Mobilicidade é o braço da empresa especializado em aplicativos para mobilidade urbana e o primeiro deles foi lançado em 2011, para lançamento do Bike Rio.
Hoje, a Mobilicidade está presente em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Bahia e Minas Gerais. Leite diz que são mais de 800 mil usuários inscritos, que utilizam aplicativos para pagamento de pedágio, estacionamento público, compartilhamento de bicicletas, pagamento de estacionamento de shopping, entre outros.
“Atualmente, a Serttel possui vários aplicativos utilizados para compartilhamento de bicicletas e pagamento de tíquetes de Zona Azul. A grande vantagem do uso de aplicativos é dar aos cidadãos acesso diferenciado aos serviços de mobilidade urbana, sem a necessidade de instalar equipamentos nas ruas. Como exemplo, citamos o caso da Zona Azul, na qual o aplicativo substitui o uso de parquímetros que custam caro e obstruem as calçadas”, explica o presidente.
Especificamente, o projeto de compartilhamento de bicicletas desenvolvido, viabilizado e operado pela Serttel, que é pioneiro no país, está nas seguintes cidades: Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador (BA), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Olinda (PE), Jaboatão dos Guararapes (PE), Sorocaba (SP) e Santos (SP).
No início das operações, a Mobilicidade recebeu apoio financeiro do projeto PAPPE (Programa de Apoio à Pesquisa em Empresas do Governo de PE e Finep). Leite afirma que o grande diferencial do projeto de compartilhamento de bicicletas da Serttel, o mesmo usado no Bike Sampa é a inovação tecnológica. “Os usuários, através do aplicativo desenvolvido para smartphones Android e IOS, carregam a estação no bolso e podem, além de retirar a bike, consultar as posições para retirada e devolução, mapa das estações nas cidades”, diz.
E é assim que a empresa monetiza duas operações. Ela é remunerada pelos provedores dos serviços de mobilidade urbana para qual a mesma desenvolve os aplicativos especiais.
Com todo o sucesso e pioneirismo nas costas, a empresa já tem olhos para o futuro. “A empresa está se preparando para lançar vários aplicativos para mobilidade, tais como sistemas de compartilhamento de veículos, aplicativos para chamar e pagar táxi e para pagamento de transporte publico via smartphone”, diz Leite sobre os próximos passos da empresa.