Se o projeto da StartupsBR for tão grande quanto a ambição e o investimento, essa aceleradora promete voar na velocidade da luz. Ao menos é o que desejam os fundadores-investidores dessa nova player, cuja sede de 800 m² fica no coração de um bairro nobre de Porto Alegre.
Foram, de acordo com eles, R$ 750 mil já investidos para botar a aceleradora em operação – estão inclusos aí os investimentos em quatro startups sobre a quais vamos falar lá em baixo. Mais duas, cujos nomes não foram revelados, estão em análise. Dentro de um ano, a StartupsBR quer aplicar a mesma quantia que já foi investida – totalizando aí um hipotético e futuro montante de R$ 1,5 milhão. Eles ainda não definiram, contudo, como e se vão apelar para outros fundos de investimento ou até mesmo programas estatais.
A princípio, a aceleradora quer chegar em 2014 com dez empresas no portfólio. Agora, se você não mora no Rio Grande do Sul ou não tem planos de transferir sua startup para lá, desencane: o foco da StartupsBR é voltado para empresas locais.
Aqui cabe um parêntese também: essa é a quinta aceleradora que entra em operação no Rio Grande do Sul. As outras são a Estarte.Me, WOW, a Ventiur.net e a Pipa (que mantém o QG principal lá em São Conrado, no Rio de Janeiro). Mas os planos da StartupsBR são grandes.
“Queremos ser o principal polo de startups no Sul do Brasil. A ideia é sermos um elo para que investidores se aproximem – por aqui, eles são muito desconfiados”, segundo me explicou o CEO Rafael Ferri – que, aliás, é egresso do mercado financeiro. “Queremos manter as startups no Rio Grande do Sul, tornar o estado uma força nacional dentro do ecossistema”, continuou.
Ele me contou que, embora esteja em funcionamento há dois meses, a aceleradora já vem de um projeto de dois anos, já que os sócios eram investidores-anjos das então aceleradas. “Levamos uma estrutura física que não existe no Sul; temos amplas salas, videogame e fliperama”, declarou.
Todo esse espaço, aliás, vai servir para eventos voltados para startups e também para startupeiros que precisem de uma hospedagem gratuita pelas bandas porto-alegrenses. É sério. Quem quiser, pode entrar em contato.
Pode parecer megalomania do cofundador Ferri, mas, como disse lá em cima, ele é do mercado financeiro, esse habitat onde florescem agressividade e competição. Ele foi fundador da TBCS Investimentos, hoje fechada, mas que foi uma das grandes players “indies” de corretagem no Brasil, com mais de 2.500 clientes e 180 brokers– o outro cofundador da StartupsBR, Douglas Fittarelli, era broker por lá.
Foi quando saiu do mercado, há dois anos, que Ferri montou a própria startup: o Portal Invest, site de notícias econômicas – “que ontem, por exemplo, teve 500 mil pageviews”, diz Ferri – que vai ser pivotado e se tornar uma loja de produtos financeiros (consórcios, seguros, empréstimos), além do conteúdo noticioso. O site, segundo ele, já é lucrativo. A ideia, agora, é ganhar escala, obviamente sobre o guarda-chuva da StartupsBR.
A prata da casa, contudo, é o MyTraining, projeto que, segundo crê Ferri, “tem potencial de escala global”.
“Particularmente, acredito bastante no projeto. É uma rede social, mas é diferente de tudo o que há no mercado hoje, uma plataforma totalmente inovadora”, garante ele. A plataforma, inicialmente em aplicativo para iPhone, será lançada em breve (eu devo testá-la com antecedência e aviso vocês por aqui).
Já a SmartTrade, ainda em desenvolvimento e sem landing page, será uma ferramenta de baixo custo voltada para traders, a fim de melhorar a rentabilidade desses profissionais, que são pessoas físicas.
A StartupsBr também vai apostar na Mobibox, pivot da CapinhasOnline que ingressa no mercado de acessórios para celular – ou um nicho de US$ 20 bilhões. Serão loja digital e pontos físicos, segundo ele me contou.
Há também a InvExplorer, sistema de controle de investimentos para avaliar todas as empresas de capital aberto, todos os números de balanço, liquidez e fundos de investimento da empresa a fim de avaliar e acompanhar investimentos pessoais.
(Foto: divulgação)