A coragem é uma atitude nobre – e nitroglicerina pura quando misturada com a ousadia. Dentro dessa perspectiva, os pequenos e os médios empresários brasileiros são os que mais arriscam na hora de tomar decisões em prol do negócio, segundo uma pesquisa inédita divulgada agora.
A The Sage Businesss Index 2013, feita pelo grupo The Sage, entrevistou 11 mil empreendedores participantes, provenientes de 17 países. De todos eles, brasileiros são os mais propensos ao risco.
Entre os que comandam PMEs nacionais, 56% se consideram risk takers. É a maior taxa registrada no estudo. A menor corresponde à Áustria: apenas 33% de seus participantes têm essa opinião sobre si mesmos. Os dos Estados Unidos também são mais receosos que os do Brasil: 47% deles aceitam assumir incertezas.
Outro dado analisado pela pesquisa é a confiança dos empresários no potencial de seus negócios. No caso dos brasileiros, ela atinge 71,62 pontos em uma escala que vai de 1 a 100. De novo, o valor mais alto encontrado no relatório. Os americanos, por exemplo, confiam menos, com 64,65; e os portugueses são os mais pessimistas quanto às perspectivas para suas empresas, marcando só 52,87 pontos.
O indicador fica ainda mais significativo quando comparado ao índice de confiança destes mesmos donos de empresas na economia do Brasil, que é de apenas 47,38 – também de um total de 100 -, número que caiu 12 pontos no último ano.
A disparidade entre acreditar no próprio negócio e confiar na economia é uma das maiores verificadas no estudo da Sage, atrás somente da que é encontrada na África do Sul.
A pesquisa mostra também que quem deseja empreender no país entende que deve procurar outras fontes de financiamento além dos bancos ou do governo: 68% e 67% opinam que essas instituições, respectivamente, deixam a desejar quando o assunto é crédito a pequenas e médias empresas.
Além de não ajudar, segundo o estudo, o Estado brasileiro é responsável pelos maiores entraves a empreendedores: a burocracia, as leis que regem negócios e, claro, os impostos.
Dos empresários participantes, 74% apontam a redução de taxas governamentais como uma boa medida a ser tomada e, na mesma linha, 65% deles sugerem a diminuição da burocracia e da legislação necessárias à abertura de uma empresa.