Sabe aquelas músicas que marcam? Com frequência lembro de uma que gosto muito de ouvir, cantada pela Ella Fitzgerald: “You have to have a dream. If you don’t have a dream, how you gonna have a dream come true?”. Em bom português: “Você tem que ter um sonho. Se você não tiver um sonho, como você vai realizar um sonho?”, ela queria dizer. E empreender tem muito a ver com realizar sonhos, mas nem todo sonho realizado, mesmo sendo uma “empreitada”, chega a ser uma empresa – há outros tipos de sonho, obviamente.
“I have a dream”, discursou Martin Luther King em 1963, e marcou a história com seu ativismo pró-Direitos Civis. Imagina se ele tivesse discursado “I have a plan”! Será que tanta gente teria se identificado e se engajado? Provavelmente não, pois a maioria dos planos fracassa por não ter um propósito bem alinhado com as partes interessadas.
E hoje em dia? O que os projetos aprovados nas plataformas de crowdfunding nos indicam? Obviamente, muitos projetos são mera pré-venda, pois oferecem como recompensa os próprios produtos que objetivam construir. Outros oferecem brindes não-relacionados. Poucas vezes os projetos são a base de uma empresa – entretanto, isso acontece bastante no Kickstarter.
Em todo caso, todos os projetos que recebem ajuda coletiva para viabilização tem alguma causa compartilhada. Talvez por causa do perfil das plataformas, que direcionam para isso (o que eu não acho questionável). E será que todos os projetos de vida e sonhos pessoais também tem espaço nesse mundo que, de forma caricatural, poderíamos chamar de Esmola 2.0? A resposta para esta pergunta pode ser o recém-lançado aplicativo Socialle.
Com a ideia de realizar sonhos nas redes sociais, a Socialle apresenta uma inovação pouco explorada no mercado brasileiro. O aplicativo lançado pela startup é um modelo de crowdfunding para projetos pessoais, que ajuda os usuários a realizarem seus sonhos através da ajuda de amigos. Divertido e lúdico, o Socialle utiliza vídeos animados e a moeda virtual Socialleca para ajudar o usuário na empreitada, seja um aniversário, casamento, reforma, curso, viagem, saúde ou outras atividades pessoais.
O aplicativo utiliza tecnologia atual com recursos sociais e uma parceria com a integralizadora de pagamento Moip, que torna o ambiente seguro para o usuário receber suas doações. Um tipo de serviço ainda pouco explorado no mercado nacional, o Socialle é uma das primeiras empresas a entrar com força nesse ramo: “Vamos divulgar nossa ferramenta, buscando usuários para os segmentos de eventos, bens de consumo, educação e saúde”, afirma Danielle Maestrelo Torres, diretora de Marketing da empresa. O Socialle é o novo empreendimento da Maria Carolina de Araújo Cintra (ex-Kingo Labs) e a equipe está sediada no coworking My Job Space (onde acontece a Virada Empreendedora), próximo ao aeroporto de Congonhas (em São Paulo).
No aplicativo, é possível ver os “sonhos” dos amigos e colaborar com eles, além de divulgar seus próprios sonhos, criando um perfil com vídeo para eles. Do total arrecadado, a Socialle fica com uma taxa administrativa de 6% e o meio de pagamento (Moip) fica com 2,7% para boleto bancário + R$ 0,69 (descontados do “sonhador”, não do doador), ou 4,7% para pagamentos via cartão de crédito + R$ 0,69. A empresa afirma estar trabalhando para diminuir as taxas.
Como funciona
Basta instalar o aplicativo do Socialle , montar ou escolher um vídeo animado, dizer qual é o seu sonho, por que precisa de ajuda e qual valor necessita. Compartilhe nas redes sociais e cada amigo poderá ajudar, contribuindo em dinheiro.