Este não é um guia de cidades mais quentes para se construir um negócio ou lucrar com ele, mas uma reflexão sobre perspectivas diferentes de como se abordar a questão.
Visão de estrutura
Para Julie Douglas, editora de Stuff to Blow Your Mind, até o ano 2050 a população mundial vai estar 30% maior, num total de 9,5 bilhões de pessoas. Até lá, dois terços estarão vivendo em áreas urbanas – hoje apenas metade vive. A partir disso, ela acredita em super-mega-cidades onde estruturas únicas gigantescas, como as Bionic Towers, serão o fundamento de cidades verticais em que todas as coisas necessárias para a vida de uma pessoa estarão contempladas, sem necessidade de se ir para outro local.
Escalas do conviver
- área urbana ou zona urbana
- cidade
- megacidade
- megalópole
- metrópole
- conurbação, aglomeração urbana
- região metropolitana
- complexo metropolitano extendido
- macrometrópole
Visão de dispositivo
Quando participei do evento La Red Innova, durante a Startup Europe Mission, experimentei uma mistura de empreendedores, inovadores e investidores de tantos continentes e países que os visualizei como uma comunidade internacional que se desloca e se encontra por ocasião – como em eventos especializados. Somando-se a isso o fato de que “o Vale do Silício foi feito por pessoas de outros lugares e é um lugar dentro do coração” (Dave McClure) e que “importa mais a época em que vivemos, não o local” (Sarah Lacy), então somos realmente uma “nuvem de empreendedores” (Diego Remus – just in case).
Conversei sobre isso com algumas pessoas, inclusive com Lukas Kubina, editor do site Digital-Life-Design, que nos envia sua visão:
“Pessoalmente, acredito que a proximidade está se tornando menos relevante. Fatores brutos de clusters como industrialização, pesquisa e desenvolvimento, universidades já estão significativamente sendo substituídos pelos pipelines da computação em nuvem. Dessa forma, o que está virando tendência é o trabalho decentralizado baseado em projetos.
Por fim, acredito que seja por isso que as chamadas cidades secundárias estão em ascensão, locais onde a vida é mais fácil e vale mais a pena, enquanto tudo que anteriormente você encontrava apenas em lugares como Nova York ou, mais recentemente no Vale do Silício, torna-se ubíquito por causa da conectividade e sempre acessível por causa da mobilidade. Paul Cezanne precisava viajar 30h para encontrar Zola em Paris, mas hoje em dia e;e tomaria o TGV (trem-bala francês) e chegaria lá em poucas horas, ou apenas trocaria ideias pelo Dropbox”.
Dessa forma, um evento é um dispositivo de convívio, não uma estrutura – que não necessariamente proporcionaria o convívio).
De meu lado, continuo mapeando os Vales do Brasilício e dedicado a tecer conexões com outras regiões do mundo – mas isso é novidade para outro post.
Qual é sua visão sobre isso?