Eu poderia estar (e estou?) fazendo bullshitagem tipo “a Era de Aquário é digital” e “o século vinteum são os novos anos setenta”, já que todo redesenho de hábitos movido a web 2.0 vem dando um novo gás nos movimentos de liberdade, transparência, colaboração, democracia, cidadania, educação, fazer-diferente. Dos abaixo-assinados da Avaaz passando pelo Churrascão da gente diferenciada e pela campanha do Obama.
Tá, e daí?
Você já sabe que o coletivo Transparência Hacker reúne pensadores, fazedores e entusiastas em torno de como aprimorar a vida coletiva por meio da apropriação criativa, útil e “do bem” dos dados públicos governamentais. Você já sabe (vai concordando) que muitos “reúnem-se” numa calorosa lista de discusssão e alguns na Casa de Cultura Digital. O que você vai saber agora é que eles conseguiram bem mais do que os 40 mil reais solicitados para a aquisição de um ônibus!
Com o intuito de alcançar mais pessoas em mais cidades ou povoados, levando emancipação digital, destreza wébica e ativação atitudinal, a trupe bolou um projeto, submeteu para crowdfunding no Catarse e conseguiu receber ontem o total de R$ 55.471,00! Vitória do idealismo prático, do “yes, we can” brasileiro, da inovação na hora de oferecer valor agregado para o público, de oferecer execução, de empacotar isso, na hora de pedir grana. Quero ver a execução sobre rodas!!!
Nestas horas, realmente vemos que ser “empreendedor digital” hoje em dia é o equivalente a ter uma banda de rock algumas décadas atrás. É o que há, e não se trata de substituir, romper, mas de refazer. Inovação tem muito mais a ver com “como fazer” do que com “o que fazer”.