Esta semana a maior metrópole do norte do Brasil reúne profissionais ligados a empreendedorismo (especialmente os empreendedores) e à inclusão digital. Iniciou ontem a Feira do Empreendedor, promovida pelo Sebrae de cada estado brasileiro a cada dois anos.
Dentro da Feira, acontece o Encontro Estadual de LAN Houses, articulado com o Comitê para a Democratização da Internet (CDI) e a Associação Brasileira dos Centros de Inclusão Digital (Abcid), com participação ainda do Instituto Brasileiro de Excelência em Liderança e Gestão (Ibelg) e do Startupi.
Marabá e Parauapebas, municípios paraenses, tem projetos de melhoria da competitividade. Para Marcelo Pimenta, consultor do Ibelg e do projeto CDI-LAN, “ou as LAN houses se transformam, ou morrem”. Para Nádia Rodrigues, gestora do projeto Melhoria da Competitividade das LAN houses de Marabá, o tom alarmista é necessário. Egnaldo Paulino, consultor do Ibelg, a facilidade crescente de acesso a banda larga, o barateamento do custo de computadores (em relação à renda per capita) e também a mobilidade (acesso por meio de smart phones) são alguns dos fatores que diminuem a necessidade de as pessoas procurarem LAN houses.
Conforme João de Deus, gerente da unidade de comércio e serviços do Sebrae no Pará, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad 2008) demonstra ao mesmo tempo como as LAN houses tem demanda e são necessárias no norte do Brasil (os custos ainda são bem mais altos do que no eixo sudeste, e, em geral, a qualidade do acesso é inferior); por outro lado, demonstra como este é um setor de atividade que, apesar de não tão formalizado, regulamentado e sustentável do que o necessário, ocupa muitos profissionais e movimenta muito dinheiro.
O projeto Navega Pará é um exemplo de evolução neste mercado, representando um avanço favorável à educação, inclusão e emancipação digital. Trata-se de um anel de fibra ótica que interliga 108 infocentros, locais onde a população tem livre acesso a infraestrutura estado da arte, computadores com internet e webcams e monitores assessorando. Até o final do ano, serão mais 180 centros como esses.
Isso é com certeza desfavorável às LAN houses, que, no momento e em sua maioria, praticam basicamente o aluguel de computadores com acesso à internet. Há vários modelos de LAN houses que praticam o comércio de serviços de cópia, digitação, lanches e CDs virgens. O desafio do projeto CDI-LAN, identificado como RAIO (Rede de Apoio, Informação e Orientação).
O futuro das LAN houses é um desafio que muitos acreditam passar, inclusive, pelo caminho dos ambientes compartilhados de trabalho (escritórios de co-working).
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