Artigo de Victor Puia*
Estagnação econômica, baixos investimentos externos e juros elevados. 2013 foi um ano pouco satisfatório do ponto de vista econômico no Brasil. Mas isso não impediu que uma grande quantidade de empresas abrisse as portas. Segundo pesquisa do Serasa Experian, a criação de novos negócios totalizou 1.840.187 empresas no ano passado, o que representa um crescimento de 8,8% em relação a 2012.
À primeira vista parece um bom índice. No entanto, a maior parcela (68,2%) é formada por microempresários individuais, os MEIs, cujo faturamento anual tem limite de R$ 60 mil. Até que ponto isso é bom para a economia?
O resultado só pode ser comemorado do ponto de vista da formalização do trabalho. Não representa um potencial de inovação e internacionalização na economia brasileira, como o gerado pelas startups. Em geral de base tecnológica, essas empresas apresentam crescimento acima da média de mercado, por ter produtos ou serviços com um quê de revolucionários.
É importante destacar que não há estimativa oficial que meça a participação de startups na economia nacional, embora elas constituam um segmento em ascensão. Porém, o florescimento de venture capitals e a edição de 2014 da Campus Party demonstram que elas vem ganhando relevância. Conforme matéria do portal G1, as startups já movimentam quase R$ 2 bilhões na economia brasileira, embora a cifra possa ainda parecer pequena para um PIB do tamanho do nosso.
Os resultados da pesquisa são animadores, pois indicam que mais pessoas estão procurando investir em negócios próprios, buscando suas metas e sonhos. Porém, o capitalismo brasileiro parece não premiar a livre iniciativa, sendo que muitos são os obstáculos, como a burocracia, dificuldade para obtenção de investimentos e recrutamento de talentos. Será que um dia seremos teremos uma empresa brasileira que cause impacto equivalente ao do Facebook ou um Google?
* Victor Puia é jornalista da assessoria de imprensa e marketing digital Press Works, onde trabalha com a divulgação de PMEs e startups na mídia.