A leitura de livros sempre é recomendada. Mas o grande problema da maioria dos livros que compramos é que após ter servido ao seu propósito, geralmente o esquecemos em uma estante qualquer que fica juntando poeira. O propósito de um livro existir é ser lido. E ficar preso na prateleira não ajuda em nada sua existência.
Recentemente o Pedro Markun criou o projeto Livro Livre, serviço que permite resolver em parte esse problema que angustia os livros esquecidos na prateleira. É baseado no Bookcrossing, serviço inventado nos EUA em 2001 e que virou até verbete do dicionário Oxford, segundo a Wikipédia. O serviço brasileiro é similar, mas tem algumas particularidades interessantes que descobri conversando com o Markun.
O conceito do serviço é libertar os livros já lidos em locais públicos – há locais oficiais para isso, mas não são obrigatórios – que serão encontrados aleatoriamente por alguém que se interesse por ele. Um site na web serve como suporte ao serviço já que rastreia por onde anda o livro que você libertou através de um código impresso em uma etiqueta que vai junto ao livro.
Melhorando a eficiência
O Markun me expôs uma fragilidade do modelo ao ser questionado de quantos dos cerca de 3 mil livros já libertados foram achados e avisados ao Livro Livre. Poucos segundo ele. Mas isso provavelmente não impede os livros de continuarem circulando. O que acontece é que o processo de rastreamento é um tanto complicado o que traz taxas de vazão altas ao longo do processo.
Explicando melhor: você acha um livro na rua. Ao chegar em um computador em casa ou no trabalho, precisa lembrar que achou o livro e entrar no site do Livro Livre para avisar. Esse processo envolve login, isso se você já tiver cadastro lá. Muito complicado, não? Nesse meio tempo muita gente desiste. O Markun me apresentou ideias para diminuir essa taxa de rejeição durante o processo e gostei do que ouvi. De qualquer forma acredito que o objetivo de fazer livros circularem é conseguido, só ficamos sem o registro de toda a história.