* Por Ana Flávia Carrilo
A empregabilidade no setor das startups tem crescido consideravelmente e chamado a atenção em setores chave da economia – como agronegócio, mercado financeiro e educação. Isso porque, o nosso ecossistema de startups de modo geral, vem se mostrando cada vez mais maduro, com negócios em fase de tração e escala, unicórnios e times maiores.
Para explorarmos um pouco mais sobre esse ponto, este mês separei com exclusividade para nossa coluna, alguns dados do Mapeamento do Ecossistema de Startups 2021, novo estudo lançado pela Abstartups que traz um recorte sobre o perfil das startups brasileiras neste ano.
Durante o ano de 2020, grande parte das startups conseguiram se não contratar, ao menos manter o seu time operacional ativo, apesar do cenário de incertezas causado pela pandemia. Neste ano, de retomada econômica, 55,9% das startups no país abriram processos seletivos, sendo que 61,5% conseguiram contratar entre 1 e 5 colaboradores.
Quando olhamos para os motivos que levaram a não contratação nas startups este ano, 44,5% das startups afirmaram que não encontraram uma pessoa com todas as habilidades necessárias, 21,5% por incompatibilidade salarial e 14,8% por falta de alinhamento com a cultura da startup.
Falando em cultura organizacional, esse é um ponto de destaque quando falamos de empregabilidade no setor. Por ter times enxutos, metodologia ágil e forte senso de pertencimento ao ecossistema, o mercado de startups costuma valorizar muito a cultura dentro dos times. Prova disso é que 44,7% das startups que precisaram realizar desligamentos no time, apontam esse como o principal motivo.
Necessidade financeira de corte de gastos, por exemplo, foi o último motivo apontado pelas startups no levantamento, com apenas 9,1%. Os demais motivos para desligamentos apontados dizem respeito a reestruturação do time (29,9%) e mudanças imprevistas com os colaboradores (16,3%).
Se olharmos para esses dados sob a perspectiva do cenário econômico nacional, é possível compreender o quanto startups têm se movimentado e contribuído para oportunidades, como um mercado aquecido e com vagas disponíveis.
Entretanto, não significa que nosso setor não tem pontos a melhorar. Vale ressaltar que dados elevados como a falta de profissionais qualificados, especialmente no setor de tecnologia, são uma preocupação já latente no setor e que necessita de atenção. Da mesma forma, que outros pontos não abordados nesses números, mas que estão no estudo completo, como a falta de diversidade no ecossistema de startups, podem ser melhor aproveitados com iniciativas e fomento dos agentes.
Para acompanhar mais sobre esses dados do mercado e as ações propostas para o desenvolvimento à geração de empregos nos país, acompanhe os estudos completos da Abstartups e as novidades dessa coluna. Até o mês que vem!
Ana Flávia Carrilo é Coordenadora da área de Informação na Associação Brasileira de Startups (Abstartups), responsável por mapear, gerar os estudos, dados e reports de mercado da instituição com o objetivo de fomentar o ecossistema empreendedor brasileiro.