A era digital gerou um aumento significativo de dados nas empresas, tornando a segurança cibernética essencial para proteger informações sigilosas. Embora 90% das corporações brasileiras planejem aumentar seus investimentos em proteção cibernética, muitas ainda falham ao definir estratégias eficazes para a privacidade dos dados, arriscando tanto a integridade das informações quanto a confiança dos clientes. Denis Riviello, head de cibersegurança da CG One, destacou os cinco principais erros cometidos por executivos c-level em relação à cibersegurança, visando ajudar as empresas a corrigir essas falhas.
Subestimar os perigos
Subestimar as ameaças digitais é um dos maiores erros cometidos por gestores e líderes de empresas, segundo Denis Riviello, head de cibersegurança da CG One. A mentalidade de “não vai acontecer conosco” cria uma falsa sensação de segurança, deixando as organizações vulneráveis a ataques que podem ter consequências devastadoras, tanto financeiramente quanto para a reputação. “Ignorar a magnitude das ameaças digitais é como abrir as portas para invasores, resultando em prejuízos significativos para o negócio”, afirma Riviello.
Não priorizar investimento em cibersegurança
Outro erro comum é a falta de investimento adequado em segurança cibernética. Muitas empresas ainda veem a segurança digital como um custo adicional, em vez de uma necessidade estratégica. Riviello alerta que, em um mundo onde os ataques cibernéticos estão se tornando cada vez mais sofisticados e frequentes, o investimento em tecnologias avançadas e em profissionais especializados é indispensável. “A segurança digital deve ser entendida como um investimento essencial para assegurar operações contínuas e evitar surpresas desagradáveis”, enfatiza o especialista.
Adiar conversas sobre o tema
Deixar a segurança digital em segundo plano é outro erro crítico. Muitas vezes, as empresas, focadas em outras prioridades e metas de curto prazo, acabam adiando discussões sobre cibersegurança, tratando-a como uma preocupação futura ou um custo não essencial. Essa postura não só expõe a empresa a riscos significativos de ataques, mas também pode comprometer a confiança dos clientes e a integridade da marca. “A omissão na elevação da cibersegurança como prioridade estratégica pode ter consequências devastadoras, colocando em risco a operação e a reputação da organização”, aponta Riviello.
Se envolver pouco
A falta de envolvimento dos gestores e líderes na cibersegurança é outro grande erro. Sem o compromisso integral das lideranças na implementação e manutenção de práticas de segurança digital, as estratégias tendem a ser ineficazes. Além disso, executivos que não se envolvem ou não demonstram apoio às iniciativas de cibersegurança acabam transmitindo uma mensagem errada aos colaboradores, sugerindo que a segurança dos dados não é prioridade. “As lideranças devem estar totalmente engajadas, compreendendo que a segurança digital é uma responsabilidade compartilhada que permeia todos os níveis da organização”, acrescenta Riviello.
Manter falhas na cultura organizacional
Por fim, deficiências na comunicação e na cultura organizacional podem minar os esforços de cibersegurança. Riviello alerta que a segurança digital precisa ser parte integrante da cultura da empresa, com todos os colaboradores orientados e conscientes de seu papel na proteção dos ativos da organização. “Uma estratégia eficaz de segurança digital exige transparência, comunicação clara e um ambiente que encoraje a discussão aberta sobre riscos e soluções”, afirma o especialista.
Como começar a corrigir erros de cibersegurança?
Para ajudar empresas a corrigirem esses erros, Riviello recomenda um processo estruturado. O primeiro passo é avaliar a capacidade e os recursos internos para decidir entre desenvolver uma equipe interna de segurança ou optar pela contratação de serviços externos especializados.
Se a escolha for por uma equipe interna, a empresa deve se comprometer com investimentos contínuos em treinamento e tecnologia, garantindo que seus profissionais estejam sempre atualizados em relação às últimas ameaças e soluções de segurança. “Isso exige maturidade organizacional, não apenas em termos financeiros, mas também no compromisso com uma cultura de segurança que permeia todos os níveis da empresa”, explica Riviello.
Por outro lado, optar por uma equipe externa permite que a organização beneficie-se da expertise de profissionais especializados sem os custos diretos de desenvolvimento e manutenção de uma equipe interna. Para que essa parceria seja bem-sucedida, Riviello ressalta a importância de avaliar previamente a fornecedora, considerando fatores como reputação, experiência, compatibilidade cultural e capacidade de atender às necessidades específicas da companhia. “Esse alinhamento de expectativas é fundamental para maximizar os benefícios da colaboração”, conclui o executivo.
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