* Por Lucas Paschoal
Fala, empreendedor! Beleza?
Já te chamo para a conversa porque esse papo é com você mesmo. Ao longo da minha trajetória – também empreendedora como jornalista e relações públicas, vivenciei diversas situações agradáveis e outras nem tanto assim – no trato com a mídia e empresas para as quais trabalhei. E fazendo uma reflexão um pouco mais cuidadosa, um dos maiores algozes da relação assessoria de imprensa com cliente é a falta de compreensão de onde e o que pode ser considerado notícia na sua startup.
Parece simples e é mesmo. Basta que você, empreendedor, tenha a chance de entender que um trabalho de comunicação se baseia na construção da reputação da sua marca diante dos públicos para os quais deseja falar. Para isso é necessário que tenha no seu assessor de imprensa alguém com olhar estratégico para ser esse “filtro” e dizer o que é sensacional para dentro da sua empresa e o que pode e tem de ser dito aos quatro ventos.
Olha, longe de mim querer “ensinar o padre a rezar”, mas tive a ideia de alguns insights valiosos para qualquer empreendedor que deseja (um dia) ver sua empresa sendo destacada na mídia.
Se me perguntar de onde tirei isso, eu te respondo, meu caro. Me baseei em minha experiência de mais de 8 anos no contato com jornalistas e empresas dos mais variados setores. Esse tempo me deu maturidade para compreender qual é o momento do cliente e o que ele espera versus o que pode ser entregue naquele momento.
Quem já não passou por isso?
Pois é, eu mais de 70 vezes – boa amostragem, não?
Sem mais rodeios, vamos aos sinais:
1º Seu negócio tem de ser inovador, disruptivo ou criativo de alguma forma.
Parece óbvio, esse é o perigo. Todo empreendedor corre o risco de achar que seu produto é incrível e único. Por isso, discuta com seus sócios, entenda de verdade o que você entrega de valor. Pense que jornalistas recebem todos os dias milhares de sugestões de startups. Para entrar no lugar comum, é bem fácil, acredite. Por isso, bom-senso e autoanalise são fundamentais. Posso falar com sinceridade, companheiro, com essa lição de casa, é meio caminho andado para atingir o resultado esperado.
2º Seja sincero, seu negócio supre uma real necessidade ou é mais um “nice to have”?
Outro ponto importante. Você vai confirmar junto comigo. Vemos todos os dias novos apps e serviços que prometem “estancar uma dor” existente no mercado. Agora avalie: quais desses milhares se mantém no Top of Mind dos seus públicos? Preciso dizer que são poucas? Resolva um problema de um grupo relevante de pessoas. Isso é notícia!
3º Entrou em um mercado já estabelecido? Tenha diferenciais claros.
Não importa se você tem um investidor que te dá condições de criar campanhas em redes sociais ou que te proporciona uma estrutura. Quando falamos com a imprensa, esses fatores são sim levados em conta – afinal, se outras pessoas já acreditam em você, sinal que há algo interessante. Mas, independentemente se sua startup está amadurecida ou não, de nada vale se você oferece um serviço default, sem novidades. Você pode ganhar muito dinheiro sendo assim, mas não vai ser com a ajuda de uma matéria jornalística.
Ok, não usei da tática de pedir que se prevenisse pois falaria verdades e poderiam achar meu tom um tanto quanto elevado.
Sabe por que não fiz isso?
É simples! Não estou aqui para criar gatilhos. Comunicação deve ser assim, sem rodeios, simples, direto ao ponto, assim como desenvolver a comunicação de um produto, criar apelo com um formador de opinião até aquele pedaço de papel e planejamento se tornarem notícia.
Lucas é jornalista e Diretor Geral da agência startup Híbrida, com vasta experiência em comunicação para startups e negócios ligados ao varejo, finanças, marketing, turismo e tecnologia em geral.