Diego Dzodan, vice-presidente do Facebook para a América Latina, foi preso em São Paulo na manhã desta terça-feira enquanto ia de casa para o escritório. A prisão preventiva do executivo foi ordenada por Marcel Maia Montalvão, juiz federal de Lagarto, município sergipano. Em caso de prisão preventiva, não existe prazo para a soltura do investigado.
Segundo as informações do Estadão, Diego é acusado pela polícia federal de não cumprir a quebra de sigilo de mensagens do Whatsapp, empresa pertencente ao Facebook, em um processo sobre tráfico de drogas. As informações, que não foram liberadas pela empresa, foram solicitadas pelo juiz há quatro meses e seriam usadas como prova durante as investigações, que estão tramitando em segredo de justiça no Juízo Criminal da Comarca da cidade de Lagarto.
Diego Dzodan é argentino e mora no Brasil. Ele prestou depoimento na Superintendência da Polícia Federal em São Paulo, onde permanecerá preso à disposição da Justiça.
Em dezembro do ano passado, o Whatsapp ficou fora do ar por cerca de 12 horas por determinação da juíza Sandra Regina Nostre Marques, que pedia 48 horas de suspensão do serviço do aplicativo em todo o território nacional por não ter liberado informações de conversas de usuários.
Apple x FBI
Nas últimas semanas, um caso envolvendo a gigante Apple e a polícia norte-americana causou uma grande briga na justiça em torno de um iPhone. O celular em questão era de Syed Farook, homem que matou 14 pessoas na Califórnia no último mês de dezembro. A briga começou porque o assassino, que foi morto pela polícia, era suspeito de ter ligações com terroristas e o seu celular, que cujo sistema operacional é iOS, impede que as informações contidas no iPhone sejam acessadas sem a senha do usuário.
O FBI pediu que a Apple instalasse no aparelho uma versão do iOS sem a proteção, para que todas as informações do celular fossem acessadas, mas a empresa não cedeu ao FBI, alegando que atender ao pedido seria abrir um precedente perigoso que colocaria em risco usuários do iPhone.
Ontem, um juiz federal do Brooklyn, nos Estados Unidos, decidiu que o governo não pode obrigar a Apple a quebrar a segurança de seus usuários, alegando que a justiça não pode alegar a empresa a manipular seus produtos.