A tecnologia está transformando rapidamente a rotina dos profissionais de saúde e seus pacientes. Os hospitais e clínicas de saúde já não têm, em sua maioria, seus prontuários preenchidos em papel, e as startups de eHealth estão ganhando mais visibilidade e trazendo soluções para problemas que até pouco tempo atrás faziam parte do dia a dia da saúde no Brasil.
Na última segunda-feira (01), aconteceu o primeiro DemoDay voltado às startups de saúde do País, aceleradas pela Berrini Ventures, primeira aceleradora brasileira específica para o segmento. Durante o evento, cinco executivos de grandes corporações disseram o que aguardam para os próximos anos no cenário de eHealth. Veja abaixo:
Conexão
Denis Rodrigues, Head de IT do hospital Oswaldo Cruz, acredita que as soluções estão aparecendo de maneira isolada. “Elas não conversam entre si, não levam os devidos benefícios aos profissionais de saúde”, diz. Para ele, as soluções que já existem e ainda estão por vir devem agregar cada vez mais valor aos pacientes, fazendo com que eles se engajem no tratamento da própria saúde. “Eu acho que são essas startups que causarão uma mudança no mercado”, afirma.
Engajamento
“Daqui a um ano o que eu gostaria de ver é uma proximidade maior de discussões de todos os stakeholders de quem nós estamos falando aqui”, diz Tiago Santaella, Gerente de produto da Bayer. Para ele, todas as indústrias, principalmente a farmacêutica, devem adicionar essas tecnologias ao seu cotidiano e unir forças para encontrar caminhos onde as soluções de eHealth podem ser aplicadas, tanto no setor público quanto no privado. “Se trouxermos para a realidade essas tecnologias de forma significativa para todo mundo, elas podem salvar vidas”, diz.
Humanização
“A gente tem uma pesquisa que mostra que o público acha o sistema de saúde privado necessário, mas o vê como uma grande caixa preta”, diz Jorge Rocha, Diretor da QualiCorp. Para ele, o grande dilema do setor de saúde privado e que deve melhorar ao longo desse próximo ano, é fazer com que o usuário sinta segurança naquele produto ou serviço que ele compra ou usa. Ele acredita que é preciso orientar melhor o cliente para que ele compre um plano de saúde e se sinta seguro. ““A gente fala muito sobre tecnologia e pouco sobre humanização. A gente vai ter que resgatar a humanização para que por trás de tanta tecnologia, tenha uma pessoa que saiba tratar com pessoas”, completa.
Custo
Ivan Pacchioni, Gerente de vendas da América da Telecom, acredita que o setor de saúde precisa de mais cases de sucesso. Mas para que estes cases aconteçam é necessário poupar no setor. “É preciso poupar custos dando condições pra que aquele dinheiro de investimento seja direcionado pra novas e inovadoras iniciativas”, diz.
Investimento
Felipe Rizzo, Diretor da América Latina do setor de soluções da GE, diz que o ambiente para o desenvolvimento de eHealth pode ser mais propício, seja por questões regulatórias ou a forma como se fomenta o setor. “Acho que nós temos alguns movimentos interessantes de startups, mas muito fracos ainda em termos de scale up. Uma vez que essa startup existe, como é que a gente faz pra ela crescer, ser uma empresa grande e ter suporte pra ir se financiando? Alguns empurrões podem vir de uma forma mais estruturada pelo governo”, finaliza.