Entrevista, foto e redação: Loriza Kettle, jornalista voluntária na Campus Party.
Sabe aquela ideia que dá gosto de ver? Não é nada elaborado, justamente por ser muito elementar, você fica se questionando como aquilo nunca tinha lhe passado pela cabeça. É essa sensação que tive quando conheci o Cabe na Mala, uma plataforma colaborativa que une pessoas que buscam produtos de outro países a viajantes em troca de uma recompensa.
Funciona assim: a pessoa cadastra no site o produto desejado e o país da compra. Alguém que está viajando naquele lugar topa trazer a encomenda e determina uma comissão. O interessado paga o valor para o Cabe na Mala e o viajante compra com o próprio dinheiro. Depois que o produto é entregue, o viajante recebe sua parte do site – menos 10% que ficam com o site. No fim das contas, todos saem ganhando: o interessado, o viajante e o Cabe na Mala.
A sacada do negócio surgiu de uma forma totalmente corriqueira. Marcela Kashiwagi viajava muito e morava na Flórida, destino de compras preferido dos brasileiros. Em 2011 foi fazer um curso de empreendedorismo em Boston e vários amigos pediram para ela trazer o iPad2, febre do momento. Foi aí que ela teve o estalo e viu que aquilo podia ser uma oportunidade de ganhar dinheiro.
O Cabe na Mala começou as atividades em dezembro de 2012, na Startup Weekend Rio. Na época eram sete pessoas na equipe e o protótipo foi construído em um final de semana. Hoje só duas pessoas trabalham na plataforma, Marcela e a sócia Ana Paula Lessa. O produto foi oficialmente lançado em janeiro de 2013 e logo de início começou a dar resultados, o que foi uma ótima resposta.
Em dezembro a startup começou a ser acelerada pelo SEED, o programa de aceleração de Minas Gerais que investe até 80 mil reais no empreendimento. A meta agora é começar a escalar o faturamento a partir de março. A startup está participando da Campus Party buscando divulgação e novos usuários para a plataforma. Para Marcela, sócia-proprietária do empreendimento, “ter pessoas de diversas cidades do Brasil e do exterior é muito importante para alavancarmos nosso crescimento”.
Mas voltando ao início da conversa, como é possível uma coisa tão simples só ter sido criada agora? Como alguém não entendeu antes que isso poderia dar dinheiro? Agora que conheço me parece tão essencial que chego a pensar como as pessoas viveram até aqui sem esse serviço. Na boa, surreal.
Veja também: as meninas apresentando seu negócio em inglês no ano passado, em um evento no Vale do Silício.
Entrevista, foto e redação: Loriza Kettle, jornalista voluntária na Campus Party.