Conversei com o Tallis Gomes, co-fundador da Easy Taxi, sobre a internacionalização da empresa. Imaginada em julho de 2011 durante uma edição do programa de aceleração Startup Farm e lançada em abril de 2012, a empresa teve seu DNA internacional ativado (“o nome já foi elaborado pensando nisso”, defendeu o empreendedor) quando recebeu investimento da Rocket Internet em outubro.
Hoje, já tem taxistas e passageiros utilizando Easy Taxi em quatro capitais brasileiras, mais as capitais da Coréia do Sul, México, Peru, Colômbia, Argentina, Venezuela. Perguntei se a empresa tinha expandido para esses países aproveitando a atuação da Rocket, aí o Tallis pontuou que a incubadora opera em 70 países, então não é o único critério – e isso também não torna o sucesso automático.
No início da EasyTaxi, apenas poucos taxistas usavam smartphones, mas hoje isso já mudou bastante. O Tallis conta qual é o método que sua equipe usa para expandir sua rede. “Fazemos ações para captação de taxistas nas cidades em que estamos presentes. Se o taxista já tem smartphone, conseguimos fazer a captação na hora. Se não tiver, indicamos parceiros onde ele pode adquirir seu smartphone. Se entendermos que o taxista é importante numa determinada área, e que ainda não temos taxistas suficientes naquela área, então o taxista pode alugar da gente um aparelho”.
Para operar em outros países, a Easy Taxi busca inicialmente um country manager. “Na Coréia, por exemplo, perguntamos se a Rocket tinha alguma indicação, e acabamos chamando um cara que já tinha trabalhado na Rocket. Foi bem fácil”. Depois, a empresa traz o profissional para trabalhar uns dias junto com a equipe original, no Brasil. “É para pegar a metodologia, os processos. Mas em alguns casos, dependendo de como o country manager atua, se já conhece o modelo, não há necessidade”. E o desempenho? “A Coréia é o segundo país com maior resultado para nós depois do Brasil e deve-se ao fato de 80% da população usar smartphone lá, e a conexão é excelente. No geral, temos sorte de adotarmos um modelo já comprovado e de ter um nome bom que funciona em todo lugar que as pessoas precisarem de um taxi e de facilidade”.
Perguntei ainda se um brasileiro, quando abre negócios no exterior, sente alguma diferença no ambiente legal – da mesma forma que estrangeiros sentem quando vem ao Brasil. “Sinto claramente, foi muito mais prático abrir em outros países”, expressou com a mesma serenidade quando fala que gosta de testar as corridas de táxi, ir junto nas ações de cadastramento de taxistas e de quando fala que vendeu o carro para iniciar a startup e nunca mais comprou outro (“agora só ando de táxi”).
Nova versão – Tallis revelou que hoje ao meio-dia liberaria uma versão nova do Easy Taxi nas lojas de aplicativos. “Daremos mais funcionalidades. Os taxistas queriam ver o endereço onde o cliente está, antes de aceitar a corrida. O Easy Taxi já filtrava as chamadas e encaminhava apenas para taxistas próximos, mas não mostrava o endereço. Já era bom para o taxista e para o passageiro. Agora vamos mostrar, porque o trânsito tem suas características”, explicou. No Brasil, a Easy Taxi atende no Rio, em SP e está iniciando em Belo Horizonte e Brasília.