Foi pensando no Waze, app de geolocalização que indica condições de trânsito (e que foi recentemente adquirido pelo Google), que os universitários Márcio Vicente e Fillipe Nortom idealizaram o Onde fui Roubado, uma rede social colaborativa sobre segurança pública.
São os próprios usuários quem atualizam o mapa, indicando o local em que houve e o tipo de crime do qual foi vítima.
“A ideia é que o usuário do Onde Fui Roubado possa acompanhar tudo que acontece ao redor dele de forma clara e objetiva. Ou seja, a rua em que ele trabalha está pacífica ou nos últimos dias aconteceram alguns assaltos? Aquele bar que ele não conhece, o lugar é movimentado? Ele pode estacionar tranquilo na rua ou geralmente ocorre arrombamento de veículos. Essas são as perguntas que nós estamos tentando responder”, segundo me contaram os desenvolvedores por e-mail.
Embora ainda estejam no 7º semestre de ciências da computação na Universidade Federal da Bahia, eles pensam em se dedicar integralmente ao projeto. “Infelizmente ainda não temos investidor, todo o investimento feito até agora com o site saiu dos nossos bolsos. Estamos a procura de possíveis parceiros que nos ajudem a manter o site, já que ele vem crescendo a cada dia”, dizem. O projeto foi lançado em junho deste ano.
“Acreditamos que nossa solução hoje é a mais completa do mercado. Cada ponto que colocamos (ou não) no site foi pensado. ‘Por que colocar isso agora?’, ‘Por que deixar para depois?’, ‘Isso vai ajudar a população!’, ‘Isso pode ajudar a polícia’”, contam. “Algumas delegacias aqui na Bahia já estão fazendo o uso da ferramenta com as equipes policiais, cruzando dados do site, com os dados dos registros de ocorrência.”
Não se trata de um conceito novo, contudo: já em 2009, o mapa colaborativo desenvolvido pela WikiMapps, chamado WikiCrimes, já fazia sucesso e fora citado por Clay Shirky (autor de “Aí vem todo mundo: organizando sem organizações”) como exemplo do conceito de cognitive surplus.
Segundo nossa própria reportagem sobre isso, o cognitive surplus defendido pelo Clay Shirky e exemplificado por ele com o WikiCrimes é a capacidade cognitiva de empreender, que as pessoas da nossa era digital cada vez adquirem mais – em vez de apenas trabalharem mecanicamente durante o dia e assistirem televisão passivamente à noite.