O Brasil recebeu R$ 35 bilhões em investimentos neste ano até o mês de julho, segundo divulgou o secretário de política econômica do Ministério da Fazenda, Marcio Holland de Brito, durante um evento do Centro de Estudos em Private Equity e Venture Capital da Fundação Getúlio Vargas, na manhã desta quinta-feira.
“O que foi marcante neste trimestre [julho-setembro] foi o crescimento da taxa de investimento. Os preços do investimento no Brasil vêm caindo e isso é ótimo, uma vez que significa que o custo do investimento no Brasil está caindo”, declarou o secretário.
Segundo ele, no espectro de private equity, até então neste trimestre a Bolsa de Valores acumulou R$ 7,5 bilhões de ingresso líquido de capital, “o que indica confiança na indústria brasileira”.
“Ou seja, [a indústria] está bem e, ao que me parece, contrariando as perspectivas negativas em relação à economia brasileira”, opinou Holland de Brito.
Capital comprometido até 2012
Além disso, dados divulgados parcialmente hoje indicam que o Brasil teve US$ 53 bilhões (R$ 108,4 bilhões) de capital comprometido em private equity e venture capital no final de 2012. Mais de US$ 33 bilhões desse montante eram representados por veículos de investimento cujo capital fica acima de US$ 500 milhões.
No evento, o secretário Holland de Brito afirmou que o país ficou em quarto lugar entre os que receberam mais investimentos no ano passado.
Segundo os dados divulgados pela FGV, investimentos totais de private equity e venture capital atingiram US$ 21,2 bilhões (R$ 37,6 milhões) no ano passado, o que a instituição categorizou como “um recorde histórico”, já que o investimento médio anual mais que dobrou em relação ao período 2008-2009.
Esses números compõem parte do Panorama do Ecossistema de Private Equity e Venture Capital no Brasil 2010-2012, um estudo técnico inédito ainda em etapa de conclusão pelo Centro de Estudos em Private Equity e Venture Capital (GVcepe) da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV-EAESP), em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).
“Só em cenários estáveis o crescimento em private equity e venture capital pode acontecer”, declarou Luiz Eugenio Figueiredo, vice-presidente da ABVCAP (Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital).
Foram analisados quase 280 veículos de investimentos no triênio 2010-2012. Desses, 36 têm individualmente mais de US$500 milhões de capital comprometido, e 11 deles estão acima de US$1 bilhão.