Conversei com Thiago Domenici, vice-presidente da empresa gestora de investimentos Confrapar. Esta semana, a empresa comentou com a imprensa de economia tradicional que está finalizando um fundo chamado AvanTI, que irá investir growth capital em empresas já estabelecidas.
Conforme Domenici, este é o terceiro fundo da empresa, e o mais diferente até agora. “Nossos dois primeiros fundos, o HorizonTI e o NascenTI, estavam dedicados para startups, mas o AvanTI vai investir em empresas que já tenham alto faturamento. Já temos 260 empresas no pipeline”, comenta sobre o foco e as perspectivas do fundo, que ainda não concluiu sua captação, mas está previsto para iniciar operação em julho.
Além do estágio das empresas, o tipo de negócio também será diferente. “Acreditamos que o Brasil tem uma quantidade e uma qualidade de empresas de internet e digitais no porte de receber um growth capital, mas o AvanTI vai investir em tecnologias aplicadas além destas áreas, em outros setores como educação, saúde e varejo”, posiciona o executivo, pontuando a diferença entre venture capital e growth capital.
Então, se o venture capital está voltado à experimentação, exposto ao risco, como o growth capital relaciona-se com a inovação? “A inovação geralmente é um componente importante para estas empresas, mas não um critério tão fundamental. A inovação faz parte mas não no quesito de tecnologia, ela não precisa estar desenvolvendo tecnologia, mas já vai estar usando tecnologias de mercado. Este é o caminho natural para todas as empresas inovadoras.
Quanto ao momento econômico do Brasil, cuja Economia não cresceu como se esperava, o investidor está tranquilo. “Escolhemos setores que tem crescido em dígitos duplos, muito acima da média, e tem demonstrado uma pujança em continuar crescendo. Isto faz parte do cerne da nossa tese de investimento. Ano passado o PIB teve 0,9% de crescimento, mas saúde, educação e serviços financeiros tem crescido muito mais do que isso”.
Estágio inicial
O Horizonti já encerrou seu período de investimento (não está mais aberto para investir em empresas, apenas desenvolver as investidas). Das seis empresas que receberam investimento, cinco receberam nova rodada – tanto da Confrapar, quanto de outros investidores, quando de co-investimentos entre Confrapar e outros investidores. Um dos exemplos é o investimento do Grupo Paranaense de Comunicação no Canal do Crédito, que já tinha recebido investimento da Confrapar (leia aqui).
“Sim, isso significa uma uma combinação da necessidade de mais capital com o cumprimento das metas estabelecidas, mas há ainda um terceiro ponto: é necessário enxergar se esta empresa tem um upside, um potencial real de crescimento no médio prazo”, responde. Questionado sobre quanto é médio prazo, ele declarou que, no contexto dos fundos, que tem uma vida de sete anos (metade para investir, metade para desenvolver), médio prazo fica em torno de dois anos.
O Nascenti está em período de investimento. Foi criado em 2011 e investiu em duas empresas, mas já aprovou mais duas, que receberão investimento em breve.
Foto de garoto regando plantas: Chris_Parfitt/Flickr
Foto de Thiago Domenici: Dina Rosman