Outro dia participei de um encontro incrível organizado pela Carol e pelo Igor do AsBoasNovas.com. A proposta era que várias pessoas trouxessem boas novas, cada uma na sua área. A minha, claro, no empreendedorismo.
São tantas as boas novas nos últimos tempos – não que tudo esteja resolvido, longe disso – mas tanta coisa bacana tem acontecido na área que fiquei pensativo em qual a maior boa nova.
A ansiedade aumentou, faltavam 2h para minha palestra e cheguei a uma conclusão: a maior boa nova do empreendedorismo brasileiro é que está acontecendo algo parecido com o que está acontecendo no mundo da cultura de internet, ou seja, as mudanças são constantes, silenciosas, sem passeatas e, portanto muito mais efetivas.
Ou seja, está rolando um mega empreendedorismo de sofá. E isso é ótimo.
Para quem ainda tem preconceito e acha que os caras pintadas mudaram o mundo mais do que os revolucionários do sofá digital, pense em quantos CD’s você comprou no último ano e quantas passeatas anti-CD existiram e você participou?
A Internet tem mudado o mundo silenciosamente muito mais do que as passeatas todas, acredito. O youPIX fez um post interessante (aqui) que explica o poder do slackativismo se quiser entender mais.
O fato é que rolando uma revolução semelhante no empreendedorismo brasileiro, que estou chamando de empreendedorismo do sofá.
Ignorando Brasília, ignorando associações, ignorando impostos, barreiras e tudo o mais que possa ser apresentado como dificuldade, e sem ficar reclamando que não dá pra fazer, que não tem apoio, bla bla bla, os jovens empreendedores brasileiros estão simplesmente FAZENDO e, assim, mudando radicalmente como o país empreende.
O interessante disso é que mudanças que simplesmente acontecem e não são antes discutidas ou motivo de passeatas, viram realidade antes que as pessoas se deem conta e, portanto, talvez mudem muito mais o mundo do que aqueles que são visíveis e, portanto, “matáveis” por quem quer manter o status quo.
Esse empreendedorismo do sofá está mudando a maneira como jovens (e muitos pais) estão vendo o empreendedorismo, está mexendo nas motivações das pessoas, está alterando em como as corporações veem os empreendedores e, pasmem, até como o Governo vê o empreendedorismo!
Ou você acha que o Startup Brasil (aqui) não nasceu dessa revolução silenciosa? Ou você acha que o Startupi recebeu essa aporte de capital (aqui) porque todos os investidores envolvidos acharam que ele vai virar um Facebook? Ou você acha que o sonho do jovem brasileiro é empreender porque ele vê – NOT – isso na mídia mainstream todo dia?
Imagem: Rubyred/Redbubble