Conversei com Billy Nascimento, biomédico neurocientista especializado em psicofisiologia da emoção aplicada às áreas de neuroeconomia e neuromarketing. Ele foi um dos responsáveis pela campanha do Ministério da Saúde nos maços de cigarro (aquelas fotos altamente impactantes).
O mais “uau” de tudo isso é que ele resolveu empreender, no sentido mais visceral da palavra, pois precisa realmente inaugurar uma nova área de negócios, que usa laboratórios tecnológicos para mapear reações do consumidor e daà desenhar estratégias de mercado.
“Sou um cara engajado, passional mesmo, apaixonado”, explica Billy sobre a decisão de partir para o mercado. Mesmo já tendo prestado serviços como profissional, o desafio agora é vender a Forebrain como produto – o que Billy e sua sócia Ana Carolina Mendonça de Souza estão começando a fazer.
Já desenharam algumas ofertas: análise sensorial de produtos, análise de marcas, análise de efetividade publicitária e análise de embalagens. Tudo bem que não se trata de produtos de prateleira, self-service. Mas também não é uma consultoria. “é uma pesquisa científica, com métricas. Podemos tratar esses dados estatisticamente. Quanto o produto emocionou as pessoas?”, explica o cientista empreendedor. “Estamos indo pela via experimental: além da mensuração de comportamento do consumidor, mensuramos as reações elétricas, metabólicas, musculares. É um método implícito, a pessoa não precisa falar nada”.
Tudo é medido por aparelhos. Que aparelhos? É aí que entra a parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro. A Forebrain faz parte da incubadora da instituição, portanto, pode usar os laboratórios. Esta é, para Billy, a principal vantagem que viabiliza o negócio. Alguns contatos nacionais e internacionais já vem sendo alinhados. O certo é que este tipo de solução “knowledge-intensive” ultrapassa os limites da academia em direção – aplicabilidade direta no mercado – e não no mercado de saúde, mas no mercado de marketing, de desenvolvimento de produtos, representando uma nova fronteira nos conhecimentos sobre o consumidor.
Mas, que tipo de tecnologias (técnicas + metodologias) são usadas nessas pesquisas? O que é medido para embasar as conclusões? Eletroencefalografia, eye-tracking, ressonância magnética funcional, sudorese da pele, parâmetros cardiovasculares, eletromiografia facial, magnetoencefalografia, estimulação magnética transcraniana, atividade neuroimunoendocrinológica e psicofísica/psicometria. Entenda cada uma neste post do blog da Forebrain. Se tiver mais interesse na área, assista a essas TED talks sobre neurociência.
Os empresários submeteram a empresa a um edital de subvenção e busca parceiros e investidores.