Eu estava aqui pensando nesta data querida, o Dia Nacional da Inovação (parabéns a você que nos lê!), e em como o dia-a-dia de quem faz e-commerce e outras startups de TICs acaba passando longe do mundo de Santos Dummont… quando me lembrei de uma das coisas mais fascinantes que conheci este ano e que tem sim muito de TICs no meio – e elevado ao extremo.
Quase sem querer, fui parar há uns meses na palestra de lançamento do livro “Muito além do nosso eu“. Até perguntei pro Hiran Murbach se era uma sessão de auto-ajuda, aà ele falou que era coisa do Miguel Nicolelis. Eu já tinha ouvido a Marina Miranda falar de como tinha conversado com esse tal Nicolelis quando foi aos Estados Unidos, de que era um cientista maravilhoso – e twitteiro empolgado.
Entrei no Masp e cheguei a gravar um vÃdeo para rever a empolgação dele, falando de neuroengenharia e de um protótipo pra lá de inovador que ele quer lançar – e  que consiste simplesmente em fazer máquinas obedecerem ao pensamento! Há alguns dias, a revista Nature publicou sobre o experimento.
Venho lendo o livro (autografado – fui o primeiro na fila!) e achava que só veria o protótipo dele ser validado no ano que vem, ou no outro. Miguel, não foi falta de crença no projeto, mas no sistema (como você mesmo critica)!
à incrÃvel o quanto da novidade baseia-se em uma verdade cientÃfica parecida com a Internet: o cérebro realiza a mente de forma distribuÃda, com ativação massiva de conjuntos neurais (não com pedaços especÃficos para cada função). Com base em diversas experimentações, equipes lideradas por Nicolelis, especialmente no Centro de Neuroengenharia da Universidade de Duke (Estados Unidos), cientistas conseguiram detectar o tipo de manifestação elétrica que o sistema nervoso de um chimpanzé ativa quando faz movimentos. A partir disso, a equipe conseguiu fazer com que, mesmo sem o chimpanzé mexesse o braço, e apenas “pensasse” em um movimento (que lhe daria uma recompensa), o sistema já interprete os sinais e codifique como input em estruturas robóticas.
Sim, significa que com muita calibragem nos equipamentos certos, você pode pensar algo, e uma máquina em qualquer lugar pode obedecer. Sem apertar botões ou qualquer ação fÃsica ou mesmo controle de voz. Puramente medição, decodificação e transferência de estÃmulo elétrico do sistema nervoso central.
O maior dos testes foi feito com uma chimpanzé nos Estados Unidos, emitindo um sinal que foi enviado para o Japão – por meio de uma rede de tráfego de dados “inimaginavelmente mais rápida do que a Internet comercial” nas palavras de Nicolelis – e executadas por um robô humanóide (um ciborgue androide , ou organismo cibernético parecido com humano). O robô retro-alimentava o chimpanzé com câmeras de vÃdeo, compensando o caminhar.
O sonho de Nicolelis é fazer com que pessoas com restrições motoras possam usar próteses e controlá-las desta forma. “Quero que o primeiro chute desta Copa do Mundo seja dado por uma criança portadora de deficiência usando uma dessas vestes”, sonha alto o doutor brasileiro que pode estar prestes a revolucionar o mundo – com uma trajetória que começou há décadas, com passos simples reforçados diariamente. E esta é a mensagem deste post neste Dia Nacional da Inovação 😉
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