Golaço! Este é o nome do novo jogo social da O2 Games, mas também expressa minha opinião sobre a integração entre o Orkut e o Facebook. E não se trata de um aplicativo simplesmente disponível em ambas redes, mas ao mesmo tempo nas duas redes.
A questão é que talvez isso não seja tão novidade assim e talvez nem importa que seja.
A multinacional Mentez lançou semana passada dois jogos (Guerra Tribal e Terra Nova) que também possibilitam interação entre redes diferentes, mas os jogos deles são licenciados de fora do Brasil (Suíça, China e Estados Unidos). O Golaço é nacional, foi lançado no Orkut em novembro e no Facebook ainda em janeiro. Além disso, o pessoal do aplicativo O Drible diz que já proporciona essa experiência desde 2009.
Conversei há pouco com o Daniel Coquieri, da O2Games. Da mesma forma como o André Fonseca, de ODrible (da Dito), ou ainda Gilberto Júnior da antiga Amanaiê (agora Sociably), a O2 também atua desde o lançamento da plataforma Open Social (API que permite que interessados instalem aplicativos dentro do Orkut e outras redes).
As diferenças entre eles são: que a O2 teve 3 investidores anjos, juntou-se com Fusion Studio e entrou no financiamento Prime, da Finep (enquanto a Amanaiê teve um investidor) e os produtos próprios representam (por meio de créditos financeiros para o uso de bens virtuais) mais de 60% do faturamento (enquanto a Amanaiê, por exemplo, dedicou-se muito mais a fazer aplicativos para terceiros, nem sempre jogos â e agora, como Sociably, vai apresentar produto próprio).
Já o Drible e sua equipe, exploram muito mais o lado do patrocínio e da publicidade do que a transação, e também fizeram trabalhos terceirizados, inclusive para a própria Amanaiê o que não é mérito ou mérito para qualquer lado. Além do que, é comum e até indicado (mesmo que não para todos os casos) que a startup use sua expertise para ganhar dinheiro, independente de ser com os próprios produtos.
Como estamos acostumados a ler e ouvir dos experts e dos experientes (que às vezes são os mesmos), para uma startup se dar não basta a tecnologia, mas sim a aplicação ao mercado. Em se tratando de redes sociais, vários outros fatores ainda mais fora de controle entram em questão. Em se tratando de jogos, a usabilidade da interface entra numa competitividade extrema de jogabilidade (design da dinâmica do jogo, mesmo), incentivos psíquicos particulares e joy of use.
Mais do que em qualquer indústria, segmento, nicho ou tipo de empresa, quem mexe com jogos é tão player quanto seu público. E como jogo é jogo, só posso dizer boa sorte a todos! Afinal, na torcida são milhões de treinadores, na Copa e nas Olimpíadas são milhões de investimento em futebol e afins 😉
Quanto às integrações, talvez neutralizem as diferenças entre as redes, talvez em direção a um futuro onde o perfil, os contatos e as ações sejam do usuário, não de quem usa o usuário.