A Hellofood foi a empresa da Rocket Internet que mais se expandiu em 2013, levando sua operação de 20 a 40 países. A companhia, que também utiliza o nome Foodpanda, é focada em delivery de comida por aplicativos e internet. Os números são impressionantes. A empresa já recebeu aportes que totalizam US$ 48 milhões e chegou a 20 países em seu primeiro ano de operação (em 2012), e mais 20 no segundo ano (em 2013).
Marcelo Ferreira, co-founder e co-CEO da Hellofood no Brasil, fala até com certa simplicidade sobre o tema. Ele explica que, em cada país que a empresa chega, ela monta um escritório local de operações, mas que todos se comunicam com o escritório central, em Berlim.
Tudo é adaptável a cada país, até mesmo o nome. Enquanto na Ásia a empresa se chama Foodpanda, no resto do mundo ela resolveu se apresentar como Hellofood. O motivo? “Foodpanda é algo relacionado à cultura de culinária asiática, e não seria tão familiar em outros países”, explica Ferreira.
Mas, muito mais do que mudar o nome da empresa, é necessário uma série de estratégias para se expandir de forma consolidada. Ferreira explica que há três principais ações a se tomar antes de chegar a um novo país:
- Analisar se há condições de ser o primeiro naquele país. Exceto em alguns casos, como no Brasil, a maioria dos locais onde a Hellofood resolveu iniciar suas operações não tinha um mercado competitivo e saturado para serviços de delivery pela internet. Saber reconhecer onde o seu produto será mais requisitado e terá espaço para prosperar é essencial.
- Ter um escritório local é muito importante. Segundo Ferreira, é impossível controlar tudo de um escritório central e global, ignorando os aspectos culturais e específicos de cada país. “Não há uma estratégia mundial que funcione 100% em todos os países”.
- Por outro lado, ter um escritório global também é essencial para organizar e controlar a expansão da empresa. “Como temos um escritório central, fica muito mais fácil visualizar como as coisas estão indo em cada país e ter uma ideia geral do que funciona ou não”.
No Brasil
Como em cada país há a necessidade de se posicionar como o líder de mercado. Por isso, no Brasil, por exemplo, só no último ano a Hellofood adquiriu três concorrentes: a Jánamesa, a MegaMenu, e a divisão de delivery do Peixe Urbano.
O foco, como explica Ferreira, não era eliminar concorrentes, mas sim acelerar o crescimento. “Existem outros concorrentes que estão no mercado há bastante tempo. Então temos que ter nossas manobras para acelerar o crescimento e passar esses concorrentes. E com as aquisições conseguimos expandir em dois importantes ativos: nossa cartela de restaurantes e de clientes”, diz.
De fato, eles aumentaram bastante sua oferta. Subiram seu catálogo de 500 restaurantes para 2 mil, e ainda ganharam novos clientes. “No entanto, é claro que em toda aquisição há perdas. Em qualquer indústria, quando se compra outra empresa há perdas. Perdemos alguns restaurantes e clientes das empresas que foram compradas, mas mesmo assim acho que foi um bom negócio”, reflete Ferreira.
Para os próximos passos no Brasil, Ferreira aposta em um crescimento mais orgânico. “Agora estamos investindo mais pesado na nossa equipe de vendas, que faz os acordos com os restaurantes, para continuarmos a crescer aceleradamente, mas também naturalmente”, explica.