André Miceli, coordenador do MBA em Marketing, Inteligência de Negócios Digitais da Fundação Getulio Vargas (FGV) e editor-chefe da Technology Review Brasil, publicação do Massachusetts Institute of Technology, explica que a internet também teve que se adaptar à quarentena causada pelo novo coronavírus. Principalmente, segundo ele, porque a tecnologia se tornou ainda mais essencial e o aumento de tráfego mudou de horário e local.
“A demanda da internet aumentou quase 25% nos grandes centros. Isso deve-se, principalmente, às videochamadas que substituíram a interação cara a cara com familiares, amigos e colegas de trabalho, e o tempo com entretenimento com o uso do stream de filmes e jogos online. Por isso, é possível perceber que o Wi-Fi fica lento, alguns sites não carregam e as chamadas de vídeo são cortadas. O horário do pico do tráfego também mudou. No entanto, você percebe breves interrupções, mas não efeitos mais amplos. Em meio a isso, a internet está lutando para acompanhar a mudança”, ressalta André Miceli.
O especialista lembra que dados revelam que a atividade humana na internet deixou os centros das cidades para trás e se transferiu para os bairros periféricos. E segundo Miceli, isso faz com que os tubos residenciais mais estreitos fiquem mais congestionados quando todos em um bairro querem usar a Internet ao mesmo tempo.
“Mesmo assim os recentes investimentos aumentaram enormemente a capacidade, a velocidade e o desempenho geral. Aliado a isso, os serviços de streaming e jogos, muitos usados na quarentena, começaram a criar redes de entrega específicas para contornar grandes seções da Internet pública. As empresas responsáveis por esses materiais também reduziram um pouco a qualidade de seus vídeos para amenizar os efeitos do aumento de demanda”, observa o editor-chefe da Technology Review Brasil.
Miceli, no entanto, ressalta que problemas ainda podem acontecer. “Afinal, a internet ainda exige um toque humano para funcionar. Sempre existem cabos que precisam ser substituídos ou servidores que precisam ser consertados, trabalhos que apenas engenheiros humanos podem realizar.”
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